Em participação no Giro do Boi desta terça, 28, o engenheiro agrônomo e representante comercial da Linha de Pastagem da Corteva Altamir Higino de Souza, da Higino de Souza e Companhia, falou ao programa sobre a importância da agilidade do produtor na hora de decidir controlar as plantas daninhas no pasto antes que a reforma completa seja necessária.
“O pecuarista, às vezes, vai protelando as ações, então enquanto ele acha de tem capacidade de suporte, tem o suficiente para manutenção do peso dos bois se mantendo, ele vai deixando para trás. À medida em que ele não vai fazendo controle e vai deixando agravar a infestação, os custos de controle destas plantas vão aumentando e a capacidade de suporte do pasto vai diminuindo. E se você tem uma menor capacidade de suporte, diretamente você também vai ter menor ganho de peso, pois os animais não vão estar ingerindo a mesma quantidade de massa seca que eles precisam até que você chega em um ponto que, talvez, precise reformar. Nós sempre optamos por dar uma boa andada na área, analisar, ver como está o estande de capim, tendo estando de capim suficiente, […] a gente já consegue entrar com recuperação”, indicou.
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Conforme calculou o especialista, a recuperação feita a tempo pode poupar do produtor um custo que chega a ser até dez vezes maior do que ela própria. “Hoje você vai falar em recuperação, por mais caro que fique, você vai usar em torno de R$ 200,00 por hectare, contando com aplicação (de defensivo), dependendo da planta, lógico que a gente tem que fazer uma avaliação da área. E se você for para uma reforma, se for uma reforma bem feita, você tem custo de trator, já que muitas fazendas não tem trator, tem que terceirizar isto, são três a quatro horas de trator por hectare para fazer uma boa reforma. Ainda na reforma, normalmente você teria que colocar pelo menos um calcário, um pouco de adubo, então essa reforma pode ficar de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00”, apontou.
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O agrônomo chamou atenção ainda para o calendário de aplicação de defensivos no pasto. No momento de entressafra, por exemplo, em que o pasto passa por dificuldade pela escassez de água, o controle basal de plantas daninhas mais duras pode ajudar a forrageira a sobreviver até a próxima safra. “(Nesta época) Já tem pouca água, ou seja, a planta não está ciclando direito. E ainda tem a competição com plantas daninhas agressivas, como são estas brotações de Cerrado e cipós que vão buscar nutriente e água longe. Então além do capim estar sofrendo estresse hídrico, ele ainda tem competição da planta daninha”, informou.
“Nessa época, normalmente, é quando a mão de obra da fazenda está mais ociosa, então aproveita-se esta mão de obra da fazenda. Coincidentemente o pasto está seco e as plantas daninhas estão verdes, pois elas tem um sistema radicular muito agressivo e aproveitam a água, vão buscar água a dois metros de profundidade ou até mais do que isso, e elas são plantas de difícil controle, que você não consegue controlar via foliar. A gente entra com produto de aplicação basal”, recomendou.
O agrônomo destacou ainda o gráfico contendo o calendário de aplicação de defensivos nas pastagens na região em que atua, no leste de Rondônia, sudoeste, centro e norte do Amazonas e no estado de Roraima. “Esses dias atrás eu estava assistindo o Giro do Boi e um dos nossos colaboradores falou a respeito deste gráfico, que deveria estar nas paredes dos nossos amigos pecuaristas, nos escritórios deles para eles lembrarem do momento certo de fazer o controle de plantas daninhas”, comentou.
Veja abaixo o calendário:
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Confira a participação completa de Altamir Higino de Souza no vídeo a seguir: