Como se formou o ciclone que atingiu o Sul do Brasil nesta semana?

Na previsão do tempo desta sexta, 03, o doutor em meteorologia Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Mapa, respondeu pergunta da telespectadora Gabriela Francine, de São Miguel do Oeste-SC, sobre a formação do ciclone que atingiu estados do Sul do Brasil nesta semana.

“Pelas imagens de satélite dá para entender bem o fenômeno. Ele nasce no sul do Paraguai, ganha força ou tem seu estágio inicial no centro do Rio Grande do Sul. Foi lá que a pressão atmosférica começou a cair muito forte. Por isso tem o nome de ‘ciclone bomba‘. O ciclone começa a se formar à medida que ele se desloca para o oceano, o ar frio que vem atrás dele, na retaguarda, forma frente fria e essa linha de instabilidade, então em poucas horas a chuva que estava aqui no norte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina percorreu todo estado de Santa Catarina e Paraná e veio até a noite chegar no sul de São Paulo, sudoeste do estado, trazendo aquele mundaréu de estragos que a gente viu”, explicou. Os ventos, segundo registros do Inmet, chegaram até os 120 km/h.

Schneider disse também que há previsão para formação de novo fenômeno similar na próxima semana. A chegada de uma nova frente fria entre segunda, terça e quarta feira deve trazer chuvas que passarão dos 100 mm, sendo 80 mm num período de 24 horas no começo da semana que vem, e outro ciclone, mas menos intenso que o observado nesta semana. Os temporais atingirão áreas do Centro-Norte do RS, SC e Extremo-Sul do Paraná.

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Em sua participação, Schneider respondeu ainda dúvida do telespectador Manoel Pereira, de Coxim, norte do Mato Grosso do Sul. “Exatamente esta transição que explica o clima na sua região. Durante o inverno, poucas vezes as frentes frias chegam nesta área de Coxim e predomina o tempo seco de inverno. É um bloqueio atmosférico típico desta época do ano porque não tem muita umidade vinda da Amazônia, mas quando as frentes frias atingem, não tem muita chuva, porque a chuva naquela região é mais difícil acontecer. Tem geralmente a queda acentuada na temperatura com o fenômeno da friagem, que pega não só Coxim, mas vai lá até o sul da Amazônia. Então vai ser uma característica desta estação, altos e baixos predominando, tempo quente e seco na Região Central (do País), mas com eventuais fortes entradas de massa de ar polar”, resumiu.