O crescimento da inseminação artificial por tempo fixo (IATF) no Brasil em 2019 foi de 23,6% na comparação com o ano de 2018, conforme apontou em entrevista ao Giro do Boi nesta quinta, 02, o professor do Departamento de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP Pietro Baruselli.
“Isso é muito positivo para a pecuária brasileira e isso significa que o criador está adotando tecnologia para melhorar o sistema de produção, o sistema de cria, principalmente, que é o início da cadeia de produção de carne e de leite”, comemorou.
Baruselli destacou que o crescimento, que levou também a um avanço do número de vacas inseminadas no Brasil para até 16%, aproximou o País da média mundial, de cerca de 20%.
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“Ela (a inseminação) é que faz com que acelere o ganho genético e melhore a próxima geração de animais na fazenda. Só que ela tem dificuldades operacionais muito grandes. A inseminação convencional é muito difícil de ser implantada na fazenda e a IATF veio exatamente para colaborar, facilitar o programa de inseminação artificial, fazer com que mais animais sejam inseminados e também melhore a eficiência reprodutiva dos rebanhos. São duas coisas muito importantes que, se nós olharmos os gráficos, fez com que esta tecnologia crescesse bastante e ajudasse o Brasil também a inseminar bem mais animais. Se nós fizermos uma análise, há dez anos nos inseminávamos 5% do rebanho, hoje nós já estamos chegando a 15%, 16% das vacas brasileiras sendo inseminadas. Ainda é pouco perante o mundo, que insemina em média 20%, mas logo nós estaremos chegando aí à média mundial e isso é muito importante para que o rebanho continue crescendo geneticamente e produzindo cada vez mais”, opinou.
Uma mensagem enviada por um telespectador durante a entrevista corroborou a visão do professor da USP. O médico veterinário Renato Guedes, que revelou que trabalha na Secretaria de Agricultura do município de Piraí, no Vale do Paraíba, sul do estado do Rio de Janeiro, disse que a prefeitura instituiu um programa de apoio gratuito a 330 pequenos criadores. Na iniciativa, todo o serviço, mão de obra e até o sêmen são doados e os protocolos de inseminação são aplicados no rebanho. O professor Pietro comentou que programas como este são viabilizados justamente pela inseminação por tempo fixo, em que os profissionais podem marcar um dia específico para atender produtores de toda uma cooperativa ou associação e, assim, tornar o dia de trabalho mais produtivo. A programação serve também para a visita de volta do profissional na hora de diagnosticar as prenhezes, cerca de 30 dias depois da aplicação dos protocolos.
“A gente tem que olhar onde que a pecuária estava no Brasil há 50 anos e onde ela está hoje. A gente tem que ser bastante otimista porque os números são espetaculares e eu acredito que nós vamos continuar neste processo de evolução e de aumento de produtividade e rentabilidade”, celebrou Baruselli.
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Veja a entrevista completa no vídeo abaixo: