“Eu tenho fazendas que só com herbicida e divisão, com cerca, eu aumentei em mais de 200% a taxa de lotação sem botar um grama de adubo”, destacou em mais uma edição da série especial Pastagem de A a Z o engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, Wagner Pires.
Neste capítulo, Pires explicou a fase da recuperação de pastagem: quem deve fazer, quando fazer e quais são as etapas a serem seguidas. Segundo o consultor, a recuperação pode ser feita para o pecuarista cujas pastagens se enquadram no perfil 2 ou 3 conforme sua ferramenta de diagnóstico de pastagem. Relembre pelo link abaixo:
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E qual o momento ideal para iniciar o processo? “Recuperação de pastagem você pode fazer a todo momento , inclusive agora, no período de seca, no início do período das águas, pode fazer um pouco esse ano, um pouco o ano que vem e, com certeza, o custo vai ser mais barato”, respondeu o consultor.
Pires listou quais são as três etapas principais da recuperação: aplicação de herbicidas, divisão de pasto e adubação.
1 – Aplicação de herbicidas: nesta etapa, basta o pecuarista retirar o gado, aplicar o herbicida recomendado, esperar o tempo ideal de veda e depois voltar com o gado ao piquete;
2 – Divisão de pasto: com o mapa da área em mãos, dividir a pastagem em áreas menores para poder alternar o pastejo. “Se você dividir no meio e alternar, já está recuperando”, resumiu Pires. Relembre pelo link abaixo as dicas de divisão de pastagem:
A divisão é importante não somente para aumentar a capacidade de lotação da fazenda, como também para evitar a degradação, conforme explicou o agrônomo. “Se você simplesmente fizer uma divisão do pasto, o gado não vai mais descer (para beber água, por exemplo). O gado vai encontrar água no alto. ‘Ah, mas é difícil colocar água no alto, é caro’. Caro é você estragar o seu maior patrimônio, seu maior bem, que é o solo. Invista em divisões, quanto mais você dividir, mais gado vai caber dentro da sua fazenda”, aconselhou.
3 – Adubação: esta é a última e mais complexa etapa, pois depende da necessidade da planta e do solo e também da capacidade financeira do pecuarista. Dependendo do planejamento, pode ser feito na safra seguinte.
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Segundo Pires, com as pastagens recuperadas e bem divididas, o ideal é que os animais permaneçam por não mais do que sete dias em cada piquete. No entanto, Pires alertou que muitos produtores deixam os animais um mês, até dois meses completos na mesma área, o que inevitavelmente leva à degradação, por isso o objetivo é rodar o gado mais rapidamente entre as divisões.
“Meus amigos, neste projeto que nós estamos fazendo com o Giro do Boi, nós estamos transferindo para vocês a responsabilidade de fazer um Brasil melhor, estamos transferindo pra vocês a responsabilidade de fazer uma pecuária mais sustentável para mostrar para os países europeus, para outros países, para mostrar para os ambientalistas que nós temos uma boa pastagem, sim! Nós podemos ter uma pastagem sustentável e nós vamos colaborar para melhorar esse país e produzir uma economia muito mais forte. A solução para um Brasil melhor está nas mãos de vocês”, sustentou o consultor.
Veja o vídeo completo com dicas de recuperação de pastagem: