Mãos que curam… pastagens. Nada mais apropriado para o jovem médico e pecuarista Walter Pinheiro, de Araguaína, Tocantins, que administra uma propriedade rural no município de Piçarra, no Pará, distante 136 km da cidade onde reside. Na Fazenda Colorado, onde faz recria e engorda de gado de corte, Pinheiro encontrou na produtividade da pecuária a pasto o diferencial que buscava para seu lucro e competitividade.
O médico tornou-se pecuarista há cerca de uma década, ao assumir a administração da propriedade da família, e entendeu que a intensificação da bovinocultura seria chave para fugir do prejuízo. Já de início, priorizou a melhora da qualidade das pastagens, combatendo invasoras e realizando a divisão dos pastos em piquetes menores. Dos dez módulos de pastejo rotacionado que a fazenda possui, sete são divididos em até oito piquetes.
Como forma de inspirar outros pecuaristas, o Giro do Boi desta quarta, 25, levou ao ar entrevista com o próprio médico e pecuarista Walter Pinheiro, que enriqueceu a história com detalhes. Para começar seu trabalho frente à Fazenda Colorado, Pinheiro confirmou que procurou a consultoria de um zootecnista. “A gente começou a investir nesta parte. Primeiro com a qualidade de pastagens, na divisão das pastagens, na oferta de água de melhor qualidade para os animais e com isso a gente a cada dia vem colhendo alguns números que, graças a Deus, deixa a gente bem próximo das melhores médias nacionais”, resumiu.
O desafio para melhoria das pastagens estava na infestação de plantas daninhas, lembrou o produtor. “Quando começou o projeto, a fazenda estava muito degradada, o que mais tinha lá era planta daninha, capim era muito pouco. Quando começou, a ideia era reformar completo, gradear, jogar semente. Ou tinha opção de usar o defensivo agrícola, então a gente passou a esta opção e começou a trabalhar com isso e já estamos usando na fazenda praticamente toda. A gente tem uma intensificação boa, o pessoal da loja Agroquima vai comigo na fazenda com técnico, faz a avaliação do que tem, indica as doses e a gente cumpre rigorosamente a determinação”, destacou.
Pinheiro ressaltou que o problema maior estava no controle das chamadas plantas daninhas duras, as lenhosas ou semilenhosas, como o cipó sambaibinha e cipó ipê. “Depois desta nova tecnologia que me apresentaram, que eu comecei o projeto no ano passado com este Dominum XT, foi responsável pelo ‘boom‘ do negócio, aumentou o fluxo, a velocidade de trabalho, combatendo com aplicação foliar, matando estas pragas duras e duríssimas para deixar o capim sobressair. Com isso, o gado tem um pastejo mais fácil, mais uniforme”, explicou o pecuarista, referindo-se à tecnologia lançada há pouco mais de um ano pela Corteva Agriscience.
A suplementação contribui para a terminação, variando conforme a época do ano entre proteinado de baixo e alto consumo e ração energética a 0,5% do peso vivo, mas não há intenção de implementar confinamento por enquanto. Afinal, o pecuarista está satisfeito com o nível de acabamento dos animais, sendo enviados ao abate com dois a quatro dentes incisivos permanentes com média entre 540 a 560 kg de peso vivo e rendimento médio de carcaça de 54%.
A propriedade, no período das águas, consegue uma lotação média de até 4 UA/ha, ganho médio diário de 650 g por cabeça e produção média de 10 @ por hectare ao ano, números que refletiram na evolução do desfrute: de 30% em 2014 para 62% em 2018. “Tem que ter foco, determinação e coragem. Não tem outra explicação, não é verdade?”, concluiu.
Veja a entrevista completa e a história do médico e pecuarista Walter Pinheiro pelo vídeo abaixo: