“Moro num país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza, mas que beleza…” Esta frase da música País Tropical, eternizada pelo cantor Jorge Ben Jor, tem tudo a ver com o conteúdo exibido nesta sexta-feira, 20, no quadro Embrapa em Ação, dentro do programa Giro do Boi. Por estarmos num país de climas elevados, onde é comum temperaturas acima dos 40 graus, não é fácil pra ninguém aguentar o forte calor. Se para o ser humano, que pode se defender do sol é difícil, imagine para a criação de bovinos? E com as aspirações mundiais pelo meio ambiente, pelo reflorestamento, surge um casamento perfeito. Implantar árvores (possíveis de renda) nas fazendas, ajudaria a aumentar a produtividade da pecuária? A resposta é sim e foi provada pelo médico veterinário e doutor em produção animal, Alexandre Rossetto Garcia. O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, que é neto e filho de pecuarista, tem um vasto estudo e experimentos apontando que o componente florestal aumenta significativamente a produtividade de touros, novilhas, vacas e bezerros.
Os ensaios feitos na unidade da Embrapa, localizada em São Carlos, SP, mostram que bezerros desmamados em locais “sombreados” são desmamados com peso acima de 5% em relação a bezerrada criada a pleno sol. Novilhas e vacas paridas, também mensuradas em duas safras, apresentaram outros vários benefícios como diminuição no estresse; queda no nível do hormônio cortisol, ajudando na esfera reprodutiva (aumento de 20% na produção de embriões); e melhora no tempo de ruminação, o que aproveita melhor a forragem consumida. No caso dos touros, também foi detectado uma melhoria na qualidade do sêmen. “Como 80% do rebanho bovino brasileiro é produzido em lugares quentes, os sistemas integrados, como a ILPF, são fundamentais para garantir ganhos produtivos e econômicos ao pecuarista”, disse.
Confira, abaixo, a entrevista do especialista: