Uma simples atitude e ao menos três benefícios. Ao aderir ao consórcio de uma leguminosa com a pastagem, o produtor pode economizar com adubação nitrogenada por conta da fixação natural do elemento no solo causado pela planta, ter alternativa de alimento na época mais crítica do ano, a seca, quando a produção de pastagens diminui, e ter uma adubação verde no pasto após a roçada. Quem explicou o sistema ao Giro do Boi desta sexta, 06, foi a analista de transferência de tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, a agrônoma Lívia Castro, na exibição de mais um episódio da série especial Embrapa em Ação.
A agrônoma deu detalhes do experimento feito na sede da unidade de pesquisa em São Carlos-SP que buscou entender o funcionamento do consórcio de Brachiaria com a cultivar de feijão guandu BRS Mandarim, desenvolvida pela própria Embrapa.
Além da fixação de nitrogênio que a leguminosa leva ao solo, devolvendo fertilidade ao sistema, durante a seca foi observado também o consumo de suas flores e vagens pelo gado na escassez de pastagens. Assim, em uma época em que normalmente o gado teria manutenção ou perda do peso, houve ganho médio diário de 700 g em novilhas da raça Canchim. Outro benefício indireto do consórcio, acrescentou a analista, é que a cada ano, após o período seco em que é recomendada sua roçada, a planta acaba se tornando adubo verde para a área de pastagens.
Lívia aconselhou que o plantio seja feito sempre na época das águas e indicou que a área pode estar em sistema de consórcio por até três anos. Depois do pastejo dos animais nos piquetes consorciados na época seca, a analista frisou que a roçada da leguminosa deve ser feita para a renovação das plantas e produção do adubo verde, potencializando o desenvolvimento das pastagens também.
Confira os detalhes do sistema de produção na reportagem abaixo: