A eficiência alimentar está se consolidando como uma das principais inovações dos últimos anos na avaliação de reprodutores. Isto porque as provas de consumo alimentar residual podem apontar animais que consomem menos alimentos para produzir mais ou o mesmo do que seus contemporâneos. No entanto, a característica não pode estar isolada de outros atributos, ponderou ao Giro do Boi desta segunda, 19, o mestre em zootecnia, especialista em produção de ruminantes e em melhoramento genético, professor titular das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e superintendente técnico da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Antônio Josahkian. Josahkian participou do programa para trazer detalhes da Expogenética 2019, a 12ª edição desta que é considerada a maior feira de genética Zebu do mundo.
“Não é só do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista da sustentabilidade também. Então isto entra como um fator econômico e ambiental muito forte. Mas a gente precisa lembrar e sempre equilibrar estas novas tecnologias. Hoje nós estamos medindo eficiência alimentar por um indicador chamado CAR, que é o consumo alimentar residual, que aponta o animal que come menos do que o esperado para uma mesmo patamar de desenvolvimento. Mas ela precisa estar associada a outras características porque ela sozinha pode provocar a produção de animais com baixa qualidade acabamento de gordura ou pode interferir na precocidade sexual. Você precisa sempre lembrar que a gente seleciona o animal e não a característica. Então eficiência alimentar é importante, muito, mas ela precisa andar junto com outros parâmetros”, explicou o superintendente técnico da ABCZ.
Em sua participação no programa, o mestre em zootecnia afirmou que o PMGZ, Programa da Melhoramento Genética de Zebuínos, chancelado pela ABCZ, caminha a passos firmes para bater a marca de 100 mil animais genotipados (atualmente são 88 mil), uma avaliação que antecipa o uso de animais jovens no plantel com maior acurácia.
Josahkian ressaltou também os cuidados que o pecuarista deve ter com a fêmea neste momento em que a estação de monta bate à porteira das propriedades de cria no Brasil. “Os estudos mostram que para se produzir um bezerro de corte, 70% do custo deste novilho está na mãe, desde a concepção, gestação, desmama. Tudo isso consome 70% da energia do sistema todo e isso significa 70% do custo. Então uma vaca bem ajustada ao sistema de produção, que esteja em condições adequadas, e não podemos esquecer da parte nutricional, sanitária, ela é 70% do sucesso”, estimou.
Veja a entrevista completa no vídeo abaixo:
A Expogenética 2019, que começou no último sábado, 17, segue até o próximo domingo, dia 25, no Parque de Exposições Fernando Costa, em Uberaba-MG. Nesta segunda há apresentações sobre pastagem, genômica e, no período da tarde, lançamento dos sumários de touros da ANCP, Instituto de Zootecnia, Paint e ABCZ-Embrapa.
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Foto: Divulgação / ABCZ