Nesta segunda, 10, o Giro do Boi repercutiu um estudo da Embrapa Pecuária Sul sobre o impacto das miíases, popularmente conhecidas como bicheiras, causadas pelas moscas da espécie Cochliomyia hominivorax, na pecuária gaúcha. O levantamento foi conduzido pelo pesquisador da unidade Jorge Luiz Sant’anna dos Santos, doutor em ciências sociais em desenvolvimento, agricultura e sociedade, que falou ao programa de hoje.
O estudo apontou que entre mão de obra e produtos, o custo dos produtores é de cerca de R$ 170 milhões por ano para tratar a doença. Estes custos estão distribuídos entre cerca de 308 mil estabelecimentos pecuários existentes no Rio Grande do Sul. O prejuízo pode ser ainda maior se forem levadas em consideração perdas de peso e queda na qualidade do couro.
Os casos mais graves de pecuaristas cujos rebanhos são acometidos pelas bicheiras são os que trabalham com cria (terneiros de até 12 meses), uma fatia de 66% do total de propriedades de pecuária no RS, ou os que têm ovinos em suas propriedades. Isto ocorre por conta de estes animais estarem mais suscetíveis aos parasitas.
Como forma de evitar o problema , o estudo sugere medidas que preservem o rebanho de ferimentos, como usar arame liso ao invés do farpado, evitar nos pastos plantas lenhosas ou espinhosas, fazer a cura correta do umbigo e estar atento à cicatrização de procedimentos cirúrgicos, como a castração, por exemplo.
O pesquisador alertou ainda para o pecuarista estar mais atento nos anos em que o inverno é menos rigoroso, pois as temperaturas elevadas favorecem a proliferação das moscas responsáveis pelas deposição das larvas que causam as miíases.
+ Veja aqui o estudo da Embrapa Pecuária Sul sobre miíases na íntegra
Veja a entrevista completa com Jorge Luiz Sant’anna dos Santos no vídeo abaixo:
Foto: Kéke Barcellos / Reprodução Embrapa Pecuária Sul