Como saber com até seis meses de antecedência se a sua lavoura de grãos, ou o pasto, vai sofrer com geadas? Depois de analisar quase 40 anos de coleta de dados, um pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, com sede em Dourados-MS, pôde lançar um método capaz de fazer tal previsão.
Nesta terça, 14, o pesquisador da unidade Danilton Flumignan, mestre em agronomia, especialista em irrigação e agrometeorologia e doutor pela Esalq, concedeu entrevista para o Giro do Boi para falar dos resultados de seus estudos. Seguindo a metodologia, o pesquisador afirma que é possível ter conhecimento no mês de dezembro, por exemplo, se haverá geada no mês de junho do ano seguinte, período em que geralmente o extremo climático prejudica as plantações.
Para completar o modelo de previsão, são analisados e cruzados os dados coletados na estação agrometeorológica Guia Clima, da própria Embrapa Agropecuária Oeste, e da agência americana National Oceanic and Atmospheric Administration, que traz informações da temperatura da superfície do mar, fornecendo um resultado com 95% de confiança.
“Nesses 36 anos de dados o que a gente observou é que as chuvas do verão anterior, meses de outubro e novembro, combinam muito bem com as temperaturas que acontece no mês de junho seguinte. Além disso, quando a gente junta esta informação, das chuvas de outubro e novembro, com a temperatura da superfície do mar, […] a gente consegue já fazer em dezembro a previsão do que acontecerá no mês de junho, que é o inverno”, detalhou Flumignan.
O pesquisador adiantou ainda a previsão de geadas para os lavoureiros do Mato Grosso do Sul, estado onde está localizada Embrapa Agropecuária Oeste. “A gente tem a previsão de que no mês de junho de 2019, que é uma mês crítico para o milho safrinha, a gente deverá ter temperatura mínima registrada no mês de 10,9ºC. Maio a gente normalmente não tem geadas, é um cenário recorrente, muito raro geadas em maio […] e julho já não é mais problemas para o milho”, confirmou.
Flumignan falou também sobre possíveis ocorrências de geadas em lavouras da Região Sul, no Paraná e Santa Catarina. Confira a entrevista completa com Danilton Flumignan pelo vídeo abaixo: