Em mais um episódio da série de reportagens especiais gravadas na sede da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop-MT, e exibida hoje (31) pelo Giro do Boi, o recado foi para produtores de carne e grãos que sofrem com a infestação de uma erva difícil de ser combatida, o capim amargoso.
É uma planta altamente agressiva, de fácil adaptação em diferentes regiões, resistente ao glifosato e se expande ano após ano nas lavouras do País. “Podemos considerar o capim amargoso como a principal planta daninha no Brasil em termos de infestação e problemática de controle”, classificou Sidney Cavalieri, pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril.
Um dos motivos que fazem a planta um dos principais entraves para a produtividade de lavouras de soja, milho e algodão é sua resistência a herbicidas à base de glifosato. No Paraná e no Rio Grande do Sul, a situação é mais grave, relevou Cavalieri. Por esta razão, no Mato Grosso, o problema pode ser prevenido antes de se agravar.
O primeiro passo para fazer o controle do capim amargoso é controlá-lo antes que as plantas formem touceiras. Enquanto ela ainda é pequena, o herbicida utilizado pode ser mais eficaz. Outro ponto importante é observar se há resistência ao princípio ativo do capim amargoso em sua região e, se houver, buscar produtos alternativos. O melhor protocolo, segundo o pesquisador, é por meio do chamado manejo outonal, com aplicação de defensivos que tenham atividade residual após a colheita. Assim, na véspera da semeadura da próxima lavoura, a infestação pode ser observada em menor grau.
Cavalieri recomendou também aos agricultores o manejo integrado, ou seja, o manejo cultural mais o químico preventivo para controlar a infestação. O próprio consórcio e a cobertura do solo entre culturas diferentes dificulta a proliferação do capim amargoso.
O pesquisador fez ainda um convite aos produtores do Mato Grosso que sofrem com o capim amargoso para que façam a coleta de sementes em suas fazendas, georreferenciem as amostras e enviem para a Embrapa Agrossilvipastoril para que possam ser estudadas e analisadas quanto a resistência e incidência da erva daninha em diferentes localidades.
Veja a entrevista completa com Sidney Cavalieri:
Foto: Germani Concenço / Embrapa Agropecuária Oeste