O quadro Giro na Estrada desta sexta, 24, destacou os impactos positivos que as boas práticas de transporte têm na produtividade de fazendas de gado de corte. Pecuaristas que têm controle de seus números perceberam que a logística do boi pode levar embora a sua margem de lucro e buscam agora a redução dos riscos desta etapa da produção
“A gente também tem o ciclo completo do transporte boiadeiro, que é o transporte da cria, recria e engorda. Dentro de uma propriedade hoje, principalmente as grandes propriedades, existe uma demanda para tirar animais de um ponto e levar até outro e uma das formas de você não perder rendimento, peso e manter o ganho é fazer esse transporte de animais sem tocá-los, mas com caminhões de pequeno, médio e grande porte, dependendo do volume que vai levar”, explicou o coordenador de logística da indústria e engenheiro agrônomo Leonardo Vieira.
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Dentro deste “ciclo completo” da logística boiadeira, as viagens mais comuns são para animais de reposição e o embarque do gado gordo para a indústria, mas o transporte interno da fazenda tem ganhado cada vez mais relevância por diminuir o estresse dos animais, diminuir o período de adaptação ao novo ambiente e também a perda de peso de um possível deslocamento longo.
“Quando você traz animais para o transporte rodoviário com caminhões, você acaba minimizando isso e conduzindo de uma maneira bem mais rápida. Além da perda financeira, você tem o tempo. Hoje, o tempo na pecuária, sendo uma atividade dinâmica como é, é um ganho a mais. Você fazendo esse trabalho de maneira mais rápida, também consegue melhorar o ganho do pecuarista”, acrescentou Vieira.
Uma das propriedades que está fazendo jus ao próprio nome e utilizando este chamado “ciclo completo” do transporte boiadeiro para seu rebanho é a Fazenda Conforto, localizada em Nova Crixás, no estado de Goiás, que tem um dos confinamentos mais produtivos de todo o país. Uma verdadeira “fábrica de carne”, conforme classificou o titular da propriedade, o ex-piloto e empresário Xandy Negrão em entrevista concedida ao Giro do Boi durante a série Rota do Boi.
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“Você pega um animal que fez o transporte mal feito e já vê rejeição de cocho sendo maior, consumo menor, então tem um peso dentro do processo. […] Lá no final tudo isso se reflete em quilo de carne”, destacou o diretor de agronegócios da Fazenda Conforto, Cláudio Fernandes Braga, em conversa com supervisor do transporte boiadeiro da indústria para o estado de Goiás, Wilton Magalhães, durante o quadro Giro na Estrada desta sexta.
“Às vezes poderia demorar dois ou três dias para você tocar mil animais, mas com caminhão a gente pode fazer isso em horas”, complementou Magalhães.
Confira o quadro Giro na Estrada na íntegra pelo vídeo abaixo: