2018 pode ser o ano da recuperação para a pecuária australiana. A perspectiva foi repassada hoje direto de Brisbane, estado de Queensland, na Austrália, por Natanael Carvalho, colaborador da JBS no país da Oceania, durante o quadro Giro pelo Mundo, destaque do programa desta quarta, 30.
A recuperação se dá depois de retração do rebanho australiano de 29 para cerca de 27,5 milhões de cabeças. Isto ocorreu sobretudo nos anos de 2013 e 2014, quando a produção de carne bateu recordes, inclusive por conta do abate de fêmeas, que chegou a representar 55% no período. A estimativa dos especialistas é que o rebanho volte para a casa das 29 milhões de cabeças até 2021 ou 2022.
Em 2018, o abate deve ser maior do que em 2017, chegando a 7,5 milhões de cabeças, ainda abaixo dos recordes alcançados em anos anteriores, quando o país chegou a abater 9 milhões de cabeças ao ano. “Eu vejo 2018 como o ano para a retomada da Austrália, com aumento do rebanho, dos abates, da produção de carne e, consequentemente, das exportações. Vai ser, no geral, um ano bom para a Austrália”, projetou Carvalho.
O consumo interno da proteína vermelha produzida na Austrália varia de 30% a 40%, enquanto o restante é destinado ao mercado externo, com Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e China ocupando o posto de principais destinos. Segundo Carvalho, todos os países são muito exigentes quanto à qualidade do produto.
A China, que até 2014 era o terceiro país que mais importava carne australiana, sendo ultrapassada pela Coreia do Sul, continua sendo um grande mercado em potencial. Por conta disto, recebeu em meados de maio a visita de Natanael Carvalho para feira Sial, em Xangai. “Quando a gente fala da China, é um mercado enorme, com uma demanda absurda, então tem espaço pra todos os tipos de produto. […] É um mercado importante não só para a Austrália, mas para o mundo inteiro”, classificou.
Para conseguir atender estes mercados exigentes, Carvalho afirmou que a Austrália conta com um grande atrativo. “Aqui na Austrália a principal diferença que vejo (para a pecuária brasileira) são as grades (de classificação) que os produtos têm. O cliente pode comprar até oito subclasses de carnes bovinas, então ele vai saber exatamente o que está comprando, se é macho, fêmea, qual a idade, todos estes detalhes. Este, no meu ponto de vista, é o principal diferencial, é onde se consegue agregar mais valor ao produto”, revelou.
“A dica para o pecuarista brasileiro é focar em qualidade. Se o Brasil quiser competir com a Austrália pelos principais mercados, a qualidade vai ser fator primordial”, indicou Carvalho.
Veja na íntegra o quadro Giro pelo Mundo no vídeo que segue: