Nesta quinta, 08, Dia Internacional da Mulher, a médica veterinária Adriane Zart, consultora em pecuária de corte, falou ao Giro do Boi sobre seu conceito inovador criado para manejar o gado usando seu instinto em favor do bem estar animal, chamado “Nada nas mãos”.
“É um conceito de manejo baseado no comportamento natural do gado. A gente usa os instintos a nosso favor na hora de trabalhar com os animais, busca conduzir o serviço no curral ou no pasto guiando e não tocando. Assim, a gente trabalha pela frente sempre guiando, usando linguagem corporal, posicionamento, olhar e atitude suficientes para estabelecer uma boa conexão, afinal o gado não entende a nossa linguagem verbal”, resumiu Zart.
De acordo com a consultora da PersonalPec, o objetivo do manejo é criar uma relação de confiança com o bovino e se tornar a liderança dentro do espaço de manejo. “Assim o animal me respeita porque confia em mim e eu me torno a guia dele”, completou.
Em retorno, além de uma lida mais segura para os animais e para os peões, o conceito “Nada nas mãos” também tem como consequência ganho de produtividade. “Com o gado calmo, fica muito mais fácil trabalhar e ele responde com aumento de produtividade, principalmente quando se fala de pecuária de cria, inseminação artificial. O impacto que o estresse tem na IATF é muito grande e quando você reduz a fonte de estresse, consegue melhorar consideravelmente o resultado dos programas de IATF”, explicou.
Mas apesar de todos estes benefícios listados, é outro fator que Adriane Zart classifica como o mais importante em fazer uso do conceito. “Na minha opinião, o maior impacto é tornar o trabalho com gado mais prazeroso, mais eficiente. Nossas profissões, como médicos veterinários, vaqueiros, produtores rurais, estão ligadas diretamente com a lida com gado e é no curral o momento de maior intimidade. Se este momento for ruim, estressante, não tem menor sentido no que estamos fazendo”, declarou.
Durante sua entrevista, Adriane comentou os sete principais benefícios do uso do conceito “Nada nas mãos”. Veja abaixo:
1 – Redução do estresse das pessoas e dos bovinos;
2 – Com o passar do tempo, melhoria nos processos, redução na incidência de doenças e taxa de mortalidade;
3 – Gradativa redução dos casos de “refugo de cocho”;
4 – Redução de acidentes com pessoas e bovinos;
5 – Redução das lesões de carcaça e dos efeitos negativos do estresse na qualidade da carne;
6 – Motivação e melhoria no nível tecnológico da equipe através de treinamentos contínuos;
7 – Padronização dos procedimentos de manejo.
Veja abaixo a entrevista com Adriane Zart na íntegra: