Nesta segunda, dia 26, o Giro do Boi recebeu em estúdio o leiloeiro rural João Antônio Gabriel, um dos mais experientes “profissionais do martelo” de todo o país, atuante no setor desde 1975.
Em bate papo com o apresentador Mauro Sérgio Ortega, o leiloeiro afirmou que está animado com a mudança na qualidade do gado, que percebe de Norte a Sul do Brasil. “Quando a gente saía de São Paulo para outros estados, via a diferença na qualidade do gado. Hoje em qualquer canto do Brasil você tem gado de excelência. No Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia. Aonde você vai vê trabalhos elaborado dos pecuaristas do Brasil. Eles capricharam. Tem muito para caminhar? Tem, mas fizeram um trabalho extraordinário”, celebrou.
Gabriel afirmou ainda que acredita estar diante de um grande ano para o desempenho do agronegócio brasileiro. “O mundo precisa de alimentos, mas volto a insistir que cada um deve fazer sua parte bem feito. O criador deve fazer um bezerro sadio, seguindo as práticas de bem estar animal. Depois deve engordar bem o gado e vacinar de maneira correta para entregar aos frigoríficos, que são nossos parceiros, uma carne de excelência. O Brasil precisa ser não só o maior exportador de carne, mas ser o mais bem remunerado do mundo”, indicou.
Em recente convenção de leiloeiros rurais de todo o Brasil, da qual Gabriel participou, uma das palestras, feita por Alexandre Mendonça de Barros, tratou das previsões para 2018. “Tenho convicção de que será um grande ano para a pecuária brasileira. Digo que o agro do Brasil é como a lagartixa. Corta o rabo, ele nasce de novo. […] Por isso digo, quando você vê um homem do campo, pode ser simples, sofisticado, de avião, em cima de um cavalo ou numa mula, respeite, porque ali está uma pessoa que alimenta a sua família”, disse o leiloeiro.
Ao longo da conversa, João Gabriel lembrou de algumas histórias de sua vida pessoal e profissional. Como quando nasceu, que seu pai enterrou o umbigo junto ao restolho destinado à alimentação do gado para que o filho tomasse gosto pelo campo, seguindo uma antiga tradição. E, pelo visto, a simpatia deu certo. “Fazer o que gosta é a melhor coisa do mundo. Eu faço com o coração e, quando a gente faz com o coração, tende a fazer bem feito”, alegrou-se.
O leiloeiro explicou que, para ter sucesso na profissão, ele não pode “queimar a boca” e explicou a expressão comparando seu sucesso com o da mãe no comércio de roupas. “Minha mãe tinha um sexto sentido, era muito boa com vendas. Era agradável, uma pessoa simpática que sabia lidar com as pessoas. O leiloeiro é assim, ele não pode queimar a boca. Não pode falar coisa que o animal não é, falar de qualidades que ele não tem”, comparou.
O programa ainda surpreendeu João Gabriel e levou ao ar em vídeos depoimentos de diversos leiloeiros e empresários importantes no cenário nacional, casos de Paulo Brasil, Nilson Genovesi, Eduardo Gomes e Paulo Horto.
Veja a entrevista completa pelo vídeo disponível: