O Giro do Boi recebeu mais uma vez na manhã desta terça-feira, dia 30, o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. Ele passou um panorama das chuvas para os próximos meses, alertando que para a sequência do ano, a “gangorra” das águas no Brasil será invertida, ou seja, nas regiões com excesso de chuva até o mês de janeiro, as precipitações diminuem e serão deslocadas para as áreas com acúmulo menor até então.
“Em outubro tivemos chuvas irregulares e elas demoraram a chegar no Brasil como um todo. Começaram no Sul e agora se espalharam. Os últimos meses foram caracterizados por momentos de chuvarada com força, outros momentos em que a chuva recuou, e este foi o caso de janeiro. Embora tenhamos relatos de problemas com atoleiros e chuva forte, isto ficou concentrado na metade Sul, mas o Centro e o Norte terminaram janeiro com chuva abaixo da média”, relembrou Oliveira.
No entanto, para o mês de fevereiro, as regiões que até agora não receberam muitas chuvas passarão a ter mais ocorrências. Em fevereiro, o meteorologista alerta para acumulados de mais de 130 mm na primeira quinzena.
“Preparem-se, é muita água. Na verdade, é mais de 130 mm. Inverte-se totalmente (em relação a janeiro). As áreas que estavam com excesso de chuvas passam a ter uma diminuição desta precipitação. É bom ficar atento às regiões produtoras. Por exemplo, o estado do Pará, que tem muita estrada de terra, é complicado neste período de ano sair das fazendas e ir para os abatedouros. Para se ter uma ideia, alguns acumulados previstos entre o Espírito Santo e Goiás chegam a passar nesta primeira quinzena dos 300 mm”, alertou.
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Segundo o especialista, o acumulado deve ocorrer principalmente nos primeiros dez dias do mês e perder força na segunda quinzena. “Na segunda quinzena, a condição é mais de pancadas de chuvas e, na última semana, volta a chover mais intensamente”, afirmou.
Ainda durante a entrevista concedida ao apresentador Mauro Sérgio Ortega, o meteorologista respondeu perguntas de telespectadores de regiões diversas.
Pantanal: apesar das chuvas menos intensas, há excesso de água pelo escoamento lento, característica da região.
Noroeste do Paraná: mesmo com precipitações, o tempo será menos úmido do que em 2017. O produtor deve ficar atento a ondas de frio, que ganham intensidade na segunda quinzena de maio, mas ainda sem geadas. O inverno não deverá ser rigoroso, ou seja, não terá ondas frequentes de frio. Mas o alerta é para o final de maio e, principalmente, para o mês de julho, quando as baixas temperaturas ganham força. No mês de agosto, o frio se dissipa no PR e no Centro Sul do País de maneira geral.
Livramento-BA e região: volta chover em fevereiro, quando as precipitações se tornam mais generalizadas no estado.
Cotegipe-BA: continua a chover e as águas chegam ao Oeste do estado, na divisa com Tocantins. Alerta para chuvas mais fortes. Em abril, as águas vêm em volume menor.
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Ribeirão Cascalheira-MT: chuvarada nos próximos meses, diferente do mês de janeiro que choveu em forma de pancadas. Precipitações persistentes nos primeiros dez dias de fevereiro, menor ocorrência no final do mês e volta com mais intensidade em março.
Palmas de Monte Alto-BA: chuva ganha intensidade. Enquanto foram irregulares nos últimos dias, agora ocorrem de forma generalizada.
Rondonópolis-MT: chuva forte nos primeiros 10 dias de fevereiro.
Jacobina-BA: chuva forte em fevereiro e na segunda quinzena de março, mas perde força em abril.
Apiacás e Alta Floresta-MT: região que recebeu chuvas na primeira semana de janeiro terá persistência das precipitações em fevereiro e março.
Leste do Maranhão: região próxima à divisa com o Piauí terão chuvas frequentes em fevereiro e pecuaristas devem estar atentos para meses de março e abril mais úmidos, mas chuvas perdem força a partir de maio.
Itambacuri-MG: volta a chover com mais força no Vale do Jequitinhonha nos próximos dez dias.
Cândido Rondon-PR: região teve excesso chuva, mas agora a “gangorra” inverte. Chuvas não param, mas serão mais fracas e ajudam no trabalho de campo.
Teófilo Otoni-MG: região muito beneficiada pelas chuvas com ótimos acumulados nos próximos dias, mais ao final de fevereiro e ao longo de março, principalmente na segunda quinzena.
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