Nesta quinta, 11, o Giro do Boi levou ao ar entrevista com o médico veterinário especialista em equinos Mário Duarte. Em pauta esteve o manejo reprodutivo de cavalos, sobretudo os cuidados especiais no manejo de garanhões.
Segundo o veterinário, de maneira geral os garanhões são animais solitários e não se mantêm junto ao rebanho, formando o que se chama de manada. Esta categoria de animais pode viver em um piquete especial com cercas reforçadas e com extremidades arredondadas, pois cantos muito agudos podem machucá-los, visto que ficam muito agitados com o movimento de outros animais.
O manejo de pasto também é diferente. Por ser um animal que presta muita atenção em éguas e outros cavalos que se aproximam, os garanhões pastam muito pouco, não sendo raro o fato de o capim passar do ponto do pastejo. Uma dica que pode ajudar os garanhões a se manterem sadios é anexar ao seu piquete uma cocheira, a qual ela possa acessar sempre que necessário.
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“Garanhões costumam ficar atentos aos outros animais da propriedade, eles não perdem muito tempo pastando, então é normal o pasto dos piquetes dos garanhões passarem do ponto até. Ele fica atento a tudo e de maneira geral temos que ter preocupação com segurança porque quando ele vê outro animal ele pode querer brigar por território. É um animal extremamente territorialista, então temos que ter determinados cuidados. O amigo produtor que queira manter garanhão vai perceber que precisa de um piquete diferenciado pra essa categoria”, recomendou.
Segundo Duarte, este manejo nutricional auxilia o animal a manter o peso, principalmente na estação de monta. “O ideal é que o garanhão não emagreça no período de monta, que acontece geralmente no verão. Ele vai cobrir as éguas e é normal emagrecer. O que geralmente não se leva em consideração é que ele tem desgaste maior que outras categorias. Nós consideramos um aporte de 20% a mais de nutrientes para os garanhões porque eles demandam mais pelo simples fato de cobrirem as éguas e também pela monta, quando eles ficam mais preocupados com as éguas e comem menos do que deveriam”, apontou.
Duarte acrescentou ainda que os garanhões não são os mais indicados para a lida do gado de corte, apesar de serem bons no trabalho. “Ele vai causar um transtorno danado. Existem garanhões que conseguem conviver com outras categorias, éguas e outros cavalos castrados, até outros garanhões, mas é mais raro e fica muito difícil para o peão que está na lida cuidar, além dos bezerros, da vacada e do gado de modo geral, ainda ter que cuidar do garanhão. Então a gente não recomenda que o garanhão saia pra campear, a não que vá só”, complementou.
Segundo o veterinário, em uma estação de monta natural um garanhão pode cobrir até 45 éguas a pasto. Já na estação de monta controlada, comumente chamada de cobertura à mão ou no cabresto, o número salta para 90 a 100 éguas.
Veja a entrevista completa de Mário Duarte ao Giro do Boi pelo link abaixo: