Os acordos voluntários para recuperação de áreas degradadas dos quais o Brasil tem participado em reuniões internacionais, como as conferências da Organização das Nações Unidas para tratar de mudanças climáticas (COP), podem surtir efeitos positivos não apenas do ponto de vista ambiental, como também econômico. Quem chamou a atenção para o fato foi o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, conselheiro da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e presidente do GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável) Ruy Fachini, que falou com exclusividade ao Giro do Boi desta terça, 14.
Para Fachini, uma das principais ferramentas para ajudar na recuperação de áreas degradadas é a integração lavoura, pecuária e floresta, que se bem aplicada pode aumentar a produtividade média da bovinocultura de corte brasileira das atuais quatro arrobas por hectare ao ano para até seis, o que significa um avanço de 50%. “Nossa produção de arrobas por hectare pode melhorar, chegar a seis arrobas por hectare ao ano até 2030 se realmente todos os acordos conseguirem se concretizar. E com a integração não tem pra ninguém, quando consegue fazer você tem um grande salto de produtividade na área degradada. Às vezes quem não consegue produzir nem quatro aumenta para 20, 25 arrobas por hectare ao ano”, animou-se o presidente do GTPS.
Leia também
+ Conheça e acesse três ferramentas para melhorar a sustentabilidade de sua fazenda
Fachini aproveitou a conversa para convidar pecuaristas e demais profissionais da pecuária de corte para o evento que irá celebrar os dez anos de atuação do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, que será realizado na capital São Paulo na próxima quinta-feira, dia 16, no WTC Event Center a partir das 13h. “É um evento que estamos aguardando com muita expectativa. Vamos dividir a apresentação em três paineis falando dos desafios do da pecuária para o desenvolvimento sustentável”, adiantou Fachini.
CADASTRO AMBIENTAL RURAL
Fachini alertou ainda para a necessidade de políticas públicas voltados para auxiliar os titulares de propriedades com menos de quatro módulos, os pequenos produtores, na conclusão do cadastro ambiental rural dentro do prazo estipulado pelo governo, em 31 de dezembro de 2017. “Os pequenos produtores realmente têm que ter o apoio do governo para realizar o cadastro o mais rápido possível. No geral, médias e grandes propriedades já concluíram o seu CAR. O foco agora é mesmo nos pequeno produtor”, explicou.
Leia também
+ Depois de fazer o CAR, produtor precisa certificar documentos
Veja abaixo a entrevista de Ruy Fachini ao Giro do Boi desta terça, 14.