A área brasileira de sistemas integrados de produção (lavoura e pecuária, lavoura-pecuária-floresta ou pecuária-floresta, por exemplo) devem avançar dos atuais 12 milhões de hectares para a faixa dos 15 milhões em mais dois anos, até 2020. A projeção foi levantada por pesquisa da Kleffmann, encomendada pela Rede ILPF, uma parceria público-privada de incentivo à adoção da produção integrada, e destacada pelo engenheiro agrônomo pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flávio Wruck ao Giro do Boi desta segunda, 13.
“Em dez anos a área média que a integração ocupa dentro das propriedades vai passar dos atuais 11% para 22%. Ou seja, quem está fazendo integração vai dobrar a área. Mas já para 2020, provavelmente vamos ultrapassar os 15 milhões de hectares de integração no Brasil”, declarou o agrônomo.
Destas áreas, de acordo com a pesquisa, 83% são ocupadas pela integração lavoura-pecuária, 9% por lavoura, pecuária e floresta, 7% por pecuária e floresta e 1% por lavoura e floresta. “Esse número pode melhorar bastante. Por exemplo, a integração com a floresta no Brasil fica em torno de 7% e aqui na região mato-grossense, 6%. Nós temos um potencial fantástico e esse tipo de integração pode ser ampliado drasticamente nos próximos. No Mato Grosso, nós temos 30 milhões de hectares de pastagens, sendo que cerca de 50% precisam ser recuperados. Nós enxergamos uma grande oportunidade para inserir o sistema florestal dentro do sistema, aumentando a rentabilidade do pecuarista”, reforçou Wruck.
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Segundo o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, localizada em Sinop, ao norte do MT, a integração alça o produtor a um outro patamar por preencher o déficit de forragem na época da seca. “A integração faz com que esse déficit fique muito reduzido, de forma a fornecer forragem o ano todo com boa quantidade e qualidade aos nossos animais. Aqui no médio-norte mato-grossense nós temos quem produza entre dez e 12 arrobas de carne só no período da safrinha pós-lavoura de soja”, frisou.
Wruck afirmou ainda que sistemas integrados de produção podem ser introduzidos em todos os biomas brasileiros pelo promoção do uso sustentável da terra, o bem mais precioso que o produtor rural possui. “Existem formas de adotar sistemas integrados em qualquer bioma, em qualquer tamanho de propriedade. Do micro ao mega produtor, sempre haverá um meio para integrar atividades de forma harmoniosa e sinérgica com o meio ambiente. E é importante deixar claro: a tecnologia é para todos, é democrática, para o produtor com muito ou pouco recurso, não tem distinção”, acrescentou.
Confira a entrevista completa do engenheiro agrônomo, mestre em fitotecnia e pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flávio Jesus Wruck ao Giro do Boi: