TECNOLOGIA

Protocolo da Embrapa melhora produtividade de pastagens

Método avalia suporte das pastagens considerando clima, solo e vegetação

Protocolo da Embrapa melhora produtividade de pastagens
Protocolo da Embrapa melhora produtividade de pastagens

A Embrapa desenvolveu um protocolo inovador que promete transformar a pecuária de corte no Brasil. O método permite estimar a produtividade das pastagens, analisando fatores como clima, solo e vegetação.

Ao identificar lacunas na capacidade de suporte do pasto, o protocolo ajuda na tomada de decisões de políticas públicas e investimentos.

Com base em dois parâmetros principais, as taxas de lotação máxima e crítica, é possível estimar quantos animais a pastagem pode suportar. Além disso, o protocolo simula a produção do pasto e avalia o risco climático relacionado à disponibilidade de alimentos para o gado.

Avaliação da capacidade de suporte das pastagens

O método foi detalhado por pesquisadores da Embrapa na revista internacional Field Crops Research.

Segundo Patrícia Menezes Santos, coordenadora do projeto, a taxa de lotação máxima representa a eficiência máxima na colheita da forragem, enquanto a taxa de lotação crítica indica a maior taxa de lotação constante que não causa escassez de alimentos ao longo do ano.

Esse protocolo permite avaliar de forma mais precisa a capacidade de suporte das pastagens, considerando variações sazonais e interanuais. Diferentemente de outros métodos, ele não superestima a capacidade de suporte, incorporando variáveis como a adubação.

Simulação de cenários de produção

Os resultados do protocolo foram aplicados em diversas regiões do Brasil, incluindo Centro-Oeste e Sudeste, abrangendo biomas como Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

Através de simulações de longo prazo, foi possível analisar o risco climático associado à produção de forragem, identificando cenários promissores para intensificação da pecuária.

A taxa de lotação máxima variou de 5,81 a 5,12 unidade-animal por hectare (UA/ha) no cenário potencial, sem restrições hídricas ou de nitrogênio.

Já no cenário de sequeiro e sem adubação nitrogenada, a taxa variou de 2,73 a 1,43 UA/ha. Esses dados mostram a diferença na capacidade de suporte das pastagens conforme o manejo adotado.

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Planejamento e intensificação da produção

A produção sazonal de forragem é um desafio para a pecuária a pasto, pois as necessidades nutricionais dos animais devem ser atendidas o ano todo.

Luís Gustavo Barioni, da Embrapa Agricultura Digital, destaca que a alta produtividade em uma época não compensa a escassez em outras, a menos que se adotem práticas como fenação e ensilagem.

Os resultados do protocolo indicam lacunas de produtividade que podem orientar políticas públicas e investimentos. Em áreas de alto risco climático, é crucial evitar taxas de lotação que resultem em déficit de forragem.

A metodologia desenvolvida permite identificar os melhores locais para recuperação de pastagens degradadas e intensificação da pecuária.

Integração lavoura-pecuária

Bovinos em área de ILPF. Foto: Embrapa

A integração lavoura-pecuária é uma alternativa viável para lidar com a sazonalidade da oferta de forragem.

O protocolo ajuda produtores a planejar esses sistemas de produção, considerando períodos de excedente e escassez de forragem. Isso também pode orientar a oferta de seguro rural associado à produção pecuária.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para pecuária, aprovado pelo Ministério da Agricultura, utiliza essa metodologia para definir áreas de menor risco climático. As informações do Zarc Forrageira estão disponíveis no site do Mapa e no aplicativo Zarc Plantio Certo.

Mais poder para aumentar a eficiência e sustentabilidade na pecuária

O protocolo da Embrapa é uma ferramenta poderosa para aumentar a eficiência e sustentabilidade da pecuária de corte no Brasil.

Com ele, é possível planejar melhor a produção, reduzir riscos e identificar áreas promissoras para investimentos. A adoção desse método pode transformar a gestão das pastagens, beneficiando produtores e o meio ambiente.

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