NUTRIÇÃO ANIMAL

Milho: descubra os vários tipos de silagem e aproveite o máximo da lavoura para engordar o boi

Confira a entrevista com o engenheiro agrônomo Rafael Henrique Pereira dos Reis, pós-doutorado em ciência animal e pastagens que desvenda a ciência por trás do cultivo eficiente para pecuária

Milho: descubra os vários tipos de silagem e aproveite o máximo da lavoura para engordar o boi
Milho: descubra os vários tipos de silagem e aproveite o máximo da lavoura para engordar o boi

Hoje, mais do que nunca, os produtores rurais se encontram diante de um desafio climático nunca visto, onde a incerteza reina soberana em suas extensas lavouras pelo Brasil afora. Com a atenção voltada à nutrição animal, um elemento-chave se destaca: o milho. Assista ao vídeo abaixo e confira esta história.

Neste contexto, o convidado do Giro do Boi, o engenheiro agrônomo e professor Rafael Henrique Pereira dos Reis, formado na Esalq-USP e com notável pós-doutorado em ciência animal e pastagens, traz à luz o caminho dos produtores na busca pela silagem ideal.

Localizado no campus de Colorado do Oeste do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), o professor Rafael compartilha dicas e avaliações preciosas para otimizar a produção de milho, seja para colheita dos grãos ou produção de silagem, direcionado ao incremento da engorda do gado.

Perseverança e ciência frente ao clima

Lavoura de milho. Foto: Divulgação/Rafael Reis

Professor Rafael enfatiza que, apesar de o milho ser considerado por alguns como uma cultura de difícil manejo, a verdade se revela no vasto leque de híbridos e cultivares disponíveis, adaptáveis a diversas regiões brasileiras.

No entanto, as incertezas climáticas trazem um novo desafio — a constância das chuvas.

“A incerteza climática atual exige um olhar atento às previsões, especialmente em fases críticas como a polinização.”

Rafael Reis

Este cuidado é crucial para evitar a queda no rendimento dos grãos, consequência da falta de um planejamento adequado frente às adversidades do tempo.

Diversificando frente ao risco

Detalhe de espiga de milho. Foto: Divulgação/Rafael Reis

O intercâmbio com Juca Matielo, agrônomo especialista em milheto, reforça a noção do professor Rafael sobre a necessidade de diversificação dentro do ciclo de cultivo.

Especialmente em Rondônia, onde as chuvas são abundantes, mas este ano mostraram-se instáveis, culturas alternativas como o sorgo, milheto e diversas plantas de cobertura surgem como seguras opções para períodos de risco na safrinha.

Silagem de milho: maximizando o aproveitamento

Detalhes de tipos de silagem de milho. Foto: Divulgação/Rafael Reis

Focado na silagem, o professor Rafael destaca três formas de utilização do milho: silagem de planta inteira, grão úmido e grão reidratado.

Cada método possui suas particularidades e benefícios, dependendo do objetivo nutricional e das condições da lavoura.

A silagem de planta inteira, por exemplo, é ideal para maximizar volume e qualidade, enquanto a de grão úmido e reidratado foca na disponibilização de energia.

O manejo correto na hora da colheita é determinante para garantir a qualidade do produto final, alerta o professor.

Aspectos críticos na colheita e produção de silagem

Lavoura de milho seca. Foto: Divulgação/Rafael Reis

Determinar o ponto ideal de colheita e o manejo pós-colheita são vitais para o sucesso da silagem.

“A colheita no ponto de maturação certeiro, aliada à compressão adequada e uso de inoculantes, pode fazer a diferença no valor nutricional da silagem.”

Rafael Reis

Adicionalmente, tecnologias que permitem a precisão na quebra de grãos durante o corte podem realçar ainda mais os benefícios desta prática.

Reis ressalta a importância da flexibilidade e da adaptabilidade nas práticas agrícolas e pecuárias. Num mundo onde o único constante é a mudança, especialmente a climática, estar preparado para ajustar rapidamente os planos de cultivo e nutrição animal é crucial.

“Possuir uma gama variada de opções de silagem oferece ao produtor as ferramentas necessárias para enfrentar as incertezas do mercado e do clima, contribuindo significativamente para a sustentabilidade e rentabilidade do agronegócio.”

Rafael Reis enfatiza, deixando uma mensagem de otimismo e persistência aos profissionais do setor
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