Presidente da Angus alerta para "sazonalidade" na oferta de carne no Brasil

Duas alternativas podem ajudar o fazendeiro a ter um equilíbrio na oferta de seu produto o ano todo: o uso da tecnologia da inseminação artificial (IATF) e o confinamento, inclusive no período das águas.

Em entrevista ao Giro do Boi dessa segunda-feira, 18, o recém empossado presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski, alertou para a sazonalidade na oferta de carne qualidade no Brasil no primeiro semestre do ano. Segundo ele, normalmente as ofertas de proteína vermelha ocorrem sempre no segundo semestre e esta lacuna pode interferir na demanda por carne brasileira tanto no mercado doméstico, quanto externo. “Essa é uma das preocupações dentro da nova diretoria da ABA, de termos uma oferta linear de matéria prima de qualidade, evitando a sazonalidade, por isso estamos debatendo o assunto com os diretores e repassando para os criadores de Angus”, disse. Duas alternativas podem ajudar o fazendeiro a ter um equilíbrio na oferta de seu produto o ano todo: o uso da tecnologia da inseminação artificial (IATF) e o confinamento, inclusive no período das águas.
O presidente da ABA também falou sobre outros assuntos que estarão em pauta nos próximos dois anos, período de sua gestão. Sobre a responsabilidade da raça Aberdeen Angus ajudar a atender o mercado gourmet, Dzyekanski destacou o crescimento no número de doses de sêmen da raça nos últimos anos; a Asbia – Associação Brasileira de Inseminação Artificial – informou crescimento de quase 20% no volume de vendas no gado de corte em 2018 em relação ao ano anterior. Sobre isso, ele também elogiou os neloristas que tem montado uma boa base de matrizes zebuínas para receberem sêmen Aberdeen. O cruzamento industrial voltou com força no Brasil e “tem nos ajudado a atender muitos mercados”, sem contar os grandes benefícios no aumento da produção de arroba por hectare pelos pecuaristas. O presidente acrescentou, ainda, a importância dos testes de eficiência alimentar que estão sendo muito bem conduzidos pelos fazendeiros; sobre encontros regionais, para debater os rumos e avanços do Angus, eventos que serão feitos com mais frequência no Brasil; e elogiou a iniciativa de alguns selecionadores da raça em iniciar testes com tourinhos à campo. “65 tourinhos, selecionados para pelagem curta, de bom ponderal e resistentes a ecto-parasitas já foram trazidos para testes no Estado de São Paulo e se saíram muito bem na monta natural”, comemorou, acrescentando que esses animais já foram comercializados e os que se destacaram estão em centrais de coleta de sêmen para multiplicação desse tipo de genética.
Outro foco da nova diretoria da ABA está na multiplicação dos animais genotipados. Segundo Dzyekanski, a genômica acurada precisa ser melhor aproveitada pelos criadores. “É uma tendência e uma necessidade do produtor acreditar em animais avaliados pelos selecionadores e aferidos pela ciência”, disse, finalizando que, a sua gestão, também estará focada numa aproximação com a academia e os centros de pesquisas para que a raça seja ainda mais provada da sua versatilidade na produção de carne de qualidade.
Confira, abaixo, a entrevista completa do novo presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski.

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