Pecuaristas, estamos em plena temporada de confinamento no Brasil, e a saúde do rebanho é um fator determinante para o sucesso da engorda intensiva através da ronda sanitária bem feita. Quer otimizar a saúde do seu rebanho e garantir um melhor GMD? Assista à entrevista completa abaixo!
Levantamentos indicam que, embora a mortalidade em confinamento seja inferior a 10%, as perdas econômicas são significativas, com redução média de 9,5 kg de peso vivo por animal confinado. Ou seja, gado doente, mesmo que não morra, gera prejuízo.
Para abordar esse tema, o programa Giro do Boi recebeu o zootecnista Paulo Dias, CEO da Ponta Agro e especialista em confinamento, e seu sócio, o médico-veterinário Marcelo Ribas, líder de estratégia da Ponta Agro.
Eles destacaram a importância vital da ronda sanitária para o Ganho Médio Diário (GMD) do gado.
O impacto da doença no GMD e na rentabilidade
A doença em animais confinados não apenas eleva a morbidade (número de animais doentes), mas também causa uma redução drástica no desempenho.
A perda de 80 gramas por dia por cabeça, totalizando quase 10 kg de peso vivo por animal confinado, é um custo invisível que mina a rentabilidade.
Marcelo Ribas enfatiza que o custo da sanidade deve ser visto como um investimento. Embora possa aumentar os gastos iniciais, o retorno em desempenho e GMD é muito superior.
Um animal doente que não é medicado a tempo pode roubar peso do restante do lote, impactando negativamente o resultado geral.
A ronda sanitária como segredo do confinamento
A ronda sanitária é apontada como um dos grandes segredos para o sucesso do confinamento, especialmente em períodos de seca e variações bruscas de temperatura, que afetam o sistema respiratório dos animais.
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- Detecção precoce: A ronda permite identificar doenças respiratórias e outras patologias precocemente, potencializando a resposta aos tratamentos e minimizando o prejuízo.
- Eficiência da medicação: O custo do medicamento é muito baixo perto da resposta produtiva que um animal saudável pode dar. Um experimento conduzido pela Ponta Agro revelou que, a cada cinco animais doentes, a ronda era capaz de identificar apenas um. Isso significa que muitos animais com doenças subclínicas (não visíveis a olho nu) estavam perdendo peso sem serem tratados.
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Aprimorando a ronda: o valor da observação noturna
A eficiência operacional da ronda sanitária pode ser aprimorada buscando observar o comportamento normal do animal. Durante o dia, fatores como movimentação de caminhões, estresse calórico e pessoas podem afetar o comportamento do gado.
Marcelo Ribas e Paulo Dias comentam que a ronda noturna tem se mostrado mais eficiente em alguns confinamentos.
À noite, o ambiente é mais fresco e os animais estão em seu comportamento mais natural, facilitando a observação de sinais de doença, como a falta de ruminação.
A importância do calendário sanitário personalizado
A gestão da sanidade deve ser baseada em um calendário sanitário personalizado para cada confinamento, considerando as peculiaridades do lote e as condições do ambiente. A tecnologia e os dados de monitoramento são cruciais para identificar padrões e otimizar as intervenções.
Embora o Nelore seja uma raça robusta e resistente, ele também está suscetível a doenças. A falta de um manejo sanitário adequado impede que todo o potencial genético do animal seja explorado.
Um Nelore doente, mesmo que se recupere sozinho, passa dias em confinamento a um alto custo, perdendo peso e atrasando o ciclo produtivo.
Investir em uma ronda sanitária eficiente e em um calendário sanitário bem planejado é fundamental para garantir a saúde do gado, otimizar o GMD e transformar o confinamento em uma operação ainda mais lucrativa.
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