Nova marca amplia opções de raças fornecedoras de carnes premium

Saiba quais são os animais que podem ser classificados para a linha de produção e as premiações pagas pelas carcaças de qualidade entregues à indústria

O Giro do Boi apresentou nesta semana uma nova marca de carne com valor agregado disponibilizada para o consumidor brasileiro, a 1953. O nome remete à data de fundação da JBS, indústria responsável pela produção da linha recém-lançada. Entre os diferenciais da marca está o fato de ter um protocolo mais abrangente de raças fornecedoras de matéria prima.

A explicação foi feita em entrevista concedida pelo zootecnista Fábio Dias, diretor de relacionamento da indústria com o pecuarista, ao Giro do Boi. “A grande novidade da 1953 é ela ter um protocolo aberto de raças, ela tem uma proposta multiraças. Para  contribuirmos para o crescimento da oferta de carne premium, precisamos desenvolver novas possibilidades, fizemos testes e percebemos que com um protocolo que incluísse as outras raças europeias de corte e raças adaptadas, utilizando como base as novilhas F1, poderíamos ter grande contribuição”, detalhou.

“A gente pôde incluir estas raças porque, apesar de a gente já saber há algum tempo que elas têm boa possibilidade de produzir carne de qualidade, a dificuldade estava em encaixar isto em uma proposta comercial, afinal o consumidor não reconhecia. Mas chegou o momento de lançar um novo rótulo que permite entrada de todas estas raças, e é bom é que já existe uma oferta grande destes animais adaptados e europeus de corte utilizando normalmente muitas vezes a base Angus mesmo. Isto responde uma pergunta recorrente do pecuarista, que é: o que eu faço com novilha F1, a meio-sangue Angus? Ela pode ser a base para este trabalho”, respondeu o zootecnista em conversa com o apresentador Mauro Sérgio Ortega.

Outro benefício para o pecuarista, conforme argumentou Fábio Dias, é a produção de qualidade aliada à produtividade dentro da porteira. “O pecuarista vai produzir com muita qualidade e muito mais produtividade. A gente está inserindo produtividade na fazenda, aproveitando a heterose ao máximo, viabilizando um aumento da oferta (de carne premium) e mantendo qualidade em altíssimos níveis”, animou-se Dias.

PADRÃO E PREMIAÇÃO PELA ENTREGA DE QUALIDADE

Os animais destinados à produção da linha 1953 participam igualmente dos protocolos já existentes para outras raças fornecedoras de carnes para as linhas premium, adiantou Fábio Dias. “Os tipos de premiação das carcaças classificadas para a linha de produção 1953 são os prêmios máximos de qualidade. Quer dizer, o pecuarista participa do (protocolo) Sinal Verde e recebe adicional se for classificado para a nova linha nas fábricas habilitadas”, informou.

Para que o animal seja classificado, ele deve ter ao menos 50% de genética taurina europeia ou raça adaptada e apresentar cobertura de gordura entre três e dez milímetros (gordura 3 ou 4 na escala da indústria). As novilhas podem ser entregues com até quatro dentes incisivos permanentes (cerca de 2,5 a 3 anos de idade). Já os machos devem ser castrados e terminados com no máximo dois dentes incisivos permanentes, ou seja, abaixo dos dois anos de idade.

O pecuarista interessado em se tornar fornecedor da marca pode procurar a equipe de originação da unidade mais próxima de sua fazenda (veja aqui a lista de contatos). Atualmente, a linha de produção 1953 está ativa para oito unidades em cinco estados: Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (1), Pará (1) e Rondônia (1).

A distribuição da nova linha também se diferencia das outras que já integram o portfólio da JBS. “A proposta da marca também tem uma diferença em relação ao que a gente fazia em outras linhas premium. As demais têm propostas de pequeno volume, procurando atender nichos específicos, como restaurantes e boutiques de carne. Agora a gente está montando toda a estratégia da 1953 para atender as grandes redes de varejo”, revelou o diretor.

Em seu lançamento, a marca já está sendo comercializada por 900 pontos de venda entre os estados de São Paulo (750) e Rio de Janeiro (150), começando pelos grandes centros até chegar em demais redes varejistas espalhadas pelo Brasil e contribuir para dobrar o volume de carnes de valor agregado negociado pela companhia em 2018 na comparação com o ano anterior.

Veja mais detalhes pelo vídeo abaixo na entrevista de Fábio Dias ao Giro do Boi.

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