Os pecuaristas brasileiros já estão ansiosos para o início do período chuvoso, que deve voltar juntamente à estação da primavera nas principais regiões produtores de gado de corte. E para auxiliar o pecuarista que está se programando para extrair produtividade de seu pasto, o Giro do Boi exibiu nesta segunda, 03, entrevista com o pesquisador da Apta, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e professor do programa de pós-graduação em zootecnia da Unesp de Jaboticabal, Gustavo Rezende Siqueira.
O especialista deu dicas para o produtor aproveitar melhor as pastagens para aumentar o ganho de peso e o escore dos animais. “Quando a gente está nesta fase das águas, que a condição de pasto é melhor, que o pasto está verde, é uma época que nós temos que aproveitar, todo dia dela é importante. Quando a gente consegue que o animal performe de forma adequada nas águas é quando a gente tem o grande diferencial da produção dos trópicos. A gente tem temperatura, chuva, ambiente muito favorável para produzir. A gente tem que produzir e colher essa forragem de forma eficiente, esse é o grande diferencial do Brasil frente aos grandes players do mundo de produção de carne. […] Aí realmente que a gente pode fazer arroba de baixo custo nas condições tropicais, então a gente não pode perder nenhum minuto disso”, destacou.
Uma das formas de potencializar a produtividade neste ciclo é adubando as pastagens, ampliando a sua capacidade de suporte, ou a lotação. “Primeira coisa é aprender a manejar. Quando você já está manejando, está ajustado. Aí agora que eu adubar. Adubar um pasto é assim: se você não der conta de dirigir um carro a 100 km/h, dificilmente você aumenta para 150 km/h”, comparou Siqueira.
“O nosso conceito não é sair adubando a fazenda inteira. Às vezes você vai adubar 5%, 10%, 20%, 30%. Porque assim você vai fazendo, aprendendo e vai entender aonde você quer chegar com isso. […] 90% das pessoas que adubaram pasto e disseram que não funcionou não estavam preparadas. Aí o capim passa”, advertiu.
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Além de estar preparado para o manejo das pastagens, sabendo lidar com as alturas de entrada e saída, o pecuarista também precisa estar atento ao aumento da lotação que a fertilização puxa. “Numa área em que você tem meio boi, um boi por hectare, ela vai começar a pedir dois, três, quatro, cinco. Então você tem que ter gado para colocar naquelas áreas para pastejar, senão não adianta. As contas em geral dizem que para cada um real investido em adubo, você tem que ter de $ 5,00 a R$ 7,00 para comprar boi”, calculou Gustavo, apontando que é esta a conta que vai dizer qual o tamanho da área é necessário adubar na fazenda.
“A pergunta que a gente faz é: quer seja para adubação, para suplementação, aquelas técnicas que eu chamo de ‘adicionais’, é: eu tenho uma viagem para fazer e eu preciso saber aonde eu quero chegar”, comparou.
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