
A ultrassonografia de carcaça revolucionou a forma como o pecuarista enxerga o desempenho dos bovinos. Mais do que uma ferramenta de avaliação, ela se tornou um instrumento de precisão que antecipa decisões desde a desmama, garante uniformidade no confinamento e amplia a rentabilidade da atividade. Assista ao vídeo abaixo e confira a evolução desta tecnologia.
A afirmação é do médico-veterinário Roberto Sainz, referência mundial na área, em entrevista ao Giro do Boi.
Professor da Universidade da Califórnia há mais de 30 anos e fundador da Aval Serviços Tecnológicos, Sainz detalha como a técnica transformou a seleção genética e o manejo nutricional nas fazendas brasileiras, com impacto direto no bolso do produtor.
Ferramenta estratégica desde a recria até o abate
A ultrassonografia permite medições precisas de musculosidade, gordura e marmoreio, ajudando a identificar animais superiores e antecipar ajustes no manejo.
“Ela não entrega apenas dados, mas transforma informação em conhecimento útil para decisões assertivas”, explica Roberto Sainz.
A tecnologia é utilizada tanto para seleção de reprodutores quanto para planejamento da terminação no gado comercial.
É possível prever, com base em modelos e inteligência artificial, o ponto ideal de abate de cada animal, otimizando os lotes no confinamento e reduzindo perdas.
“O pecuarista deixa de dar tiros no escuro e passa a usar a nutrição e o manejo com precisão, com foco no lucro”, reforça Sainz.
Uniformidade no confinamento e carne para mercados exigentes
Um dos principais gargalos do confinamento é a heterogeneidade dos lotes, o que afeta o rendimento no frigorífico e a padronização da carne.
Para resolver isso, a Aval desenvolveu o sistema NanoBeef, que usa ultrassonografia e inteligência artificial para modelar o ganho de cada animal e prever o momento exato de abate.
Com essa previsibilidade, é possível:
- Reduzir o tempo e os custos do confinamento
- Garantir uniformidade de carcaça
- Atender aos padrões de mercados premium, como os Estados Unidos
“O Brasil vive um momento único: raças melhoradas, sanidade reconhecida e alta demanda internacional. A ultrassonografia ajuda a manter a consistência do produto”, afirma o especialista.
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Aplicação ampla: machos, fêmeas e o rebanho todo
Apesar de ainda ser mais comum em touros e animais de alto valor, a técnica vem sendo expandida para fêmeas e rebanhos comerciais.
Sainz destaca que muitas propriedades já fazem uso da tecnologia em ambos os sexos, acelerando os ganhos genéticos com intensidade de seleção dobrada.
A fêmea, segundo ele, é a base da pecuária e merece o mesmo cuidado na avaliação. Com a ultrassonografia, é possível construir rebanhos mais modernos, precoces e produtivos.
Uma história de contribuição e pioneirismo
A trajetória da ultrassonografia no Brasil se confunde com a do próprio professor Sainz. Desde 1993, ele participa de treinamentos, adaptações e validações da tecnologia para a realidade brasileira, sempre com apoio de criadores visionários.
Hoje, os protocolos desenvolvidos por ele e sua equipe são referência nacional, aplicados em milhares de animais anualmente.
“Nosso papel é apoiar o pecuarista com dados e conhecimento para que ele lucre mais e erre menos”, conclui.
Com o avanço da tecnologia e o apoio de iniciativas como a da Aval, a ultrassonografia de carcaça segue como uma das maiores aliadas da pecuária de corte moderna.
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