CONFINAMENTO DE RECRIA

Tenha um bezerro gordo aproveitando o potencial da desmama na seca

Confira os detalhes do estudo sobre a nutrição reforçada para bezerro de desmama durante a época da seca

Ter um bezerro gordo, ao mesmo tempo em que se atravessa o período seco, não é tarefa fácil. No entanto, um estudo está avaliando um novo modelo para turbinar a recria. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes disso.

A técnica chama-se confinamento de recria ou sequestro de bezerros e já está impressionando os pesquisadores. O tema foi destaque no Giro do Boi desta quarta-feira, 4.

A pesquisa está sendo feita no Polo Regional de Alta Mogiana, no município de Colina, na região de Barretos. A unidade faz parte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). A autarquia está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O doutor em zootecnia Flávio Dutra de Resende, pesquisador e diretor do polo, falou sobre os detalhes dessa pesquisa no Giro do Boi, desta sexta-feira, 17. A reportagem faz parte da série de especiais feitas na APTA.

“Quando eu trago o bezerro para a fazenda e não tenho pasto de qualidade, preciso fazer com que esse animal continue ganhando peso, após o desmame. Para evitar o estresse. Então muitas vezes eu posso lançar mão da ferramenta de confinamento de recria”, diz Resende.

A nova técnica de engorda

Vacada nelore com bezerro nelore ao pé. Foto: JMMatos

Essa nova técnica tem crescido bastante em algumas regiões do Brasil, por potencializar o ganho de peso pós-desmama e fazer com que o animal chegue mais pesado no período das águas.

A ideia é fazer com que o animal não perca o peso que ganhou assim que foi desmamado. Por isso é feito o trato nutricional com esses animais.

“Ponto importante que temos ao fazer essa técnica: precisamos entender que, enquanto no confinamento, lá na terminação, eu uso bastante a ração, no modelo de produção da recria, e eu uso bastante volumoso”, diz Resende.

Capim estratégico

Estratégia é ter oferta de volumoso como silagem de capim.

Nesse caso, a chave de sucesso é, novamente, o planejamento estratégico do pecuarista. No período das águas, o produtor deve fazer uma reserva do pasto para produção de silagem de capim para ser utilizada, futuramente, nesse confinamento de recria.

Quando esse animal sai do confinamento de recria, ele volta para o pasto. Então o planejamento de recria, o produtor precisa entender a condição que o animal vai voltar para o pasto.

Dados da pesquisa

Bezerros em processo de desmama. Foto: Reprodução

“Normalmente os animais ganham, na época das águas, novembro e dezembro, os animais ganham até 700 gramas por dia num sal mineral. Nós fizemos um trabalho aqui e nossos animais ganharam 750 gramas por dia no confinamento de recria. Quando voltamos os animais para o pasto, montamos 2 estratégias”, explica o pesquisador. 

Uma estratégia foi fornecer apenas o sal mineral, como é feito, mais comumente feito no País. Outra estratégia foi fornecer um protéico energético, com 0,3% de peso vivo do animal.

“É impressionante a diferença. Porque aquele animal que está ganhando no confinamento de recria de 750 gramas, quando eu o joguei no pasto, dando só sal mineral, eles ganharam menos de 600 gramas. Declinou. Por quê? Porque eu aumentei a exigência desse animal. Ele passou a ser um animal diferente”, diz Resende.

A partir do estudo, o recomendado é fazer uma engorda no confinamento de recria de, no máximo, 650 gramas por dia por animal.

A dieta é volumoso mais ração. As dietas, com base no capim, são trabalhadas com uma taxa de 80% de volumoso e 20% de concentrado.

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