“Na verdade é um grande erro! Fornecer o sal mineral do gado de corte ou do gado de leite para os equídeos é um erro grave e que acarreta em vários problemas para a tropa”, rejeitou o médico veterinário e consultor especialista em equinos Ricardo Moraes em entrevista ao Giro do Boi.
“(O pecuarista) Jamais deve fornecer sal mineral de outra espécie, como gado de corte ou de leite, para equídeos. Eles já têm os suplementos específicos para eles”, frisou o especialista.
“Os requerimentos nutricionais são totalmente diferentes, são distintos. Cavalo tem um requerimento e o ruminante tem outro requerimento, principalmente em relação a cálcio e fósforo”, justificou.
“A gente tem que respeitar os níveis de duas partes de cálcio para uma de fósforo para o equino. Se for um animal em crescimento, três partes de cálcio para uma de fósforo”, especificou Moraes.
Não só o sal mineral dos bovinos não atenderá os requisitos nutricionais do equinos como também pode virar uma espécie de veneno dependendo de sua composição. É o caso dos ionóforos.
“A gente indica, inclusive, o armazenamento separado. Se você tem animais de esporte e tem rebanho de bovídeos juntos, a gente indica que o armazenamento dessa nutrição seja separada para não haver nenhum contaminante”, sugeriu.
A função motora prejudicada é o primeiro sinal de que os cavalos podem estar com problema de mineralização. Inchaços e quedas de desempenho na lida ou nas competições também são sintomas.
“A suplementação mineral é super importante, principalmente no Brasil, que é um país que tem um rebanho expressivo e temos que suplementar. A suplementação deve ser fornecida à vontade em cocho saleiro coberto para a gente não ter problema com o vento levar produto ou as chuvas molharem o produto. A suplementação tem que ser regular, não pode faltar o mineral no cocho, tem que ser à vontade. E também oferecer fontes de qualidade para esses animais”, sustentou.
Moraes salientou que o criador não deve fazer uso de estimulantes para o consumo do mineral, como é o caso de palatabilizantes. “Um bom sal mineral não deve ter palatabilizante para não enganar o consumo, tem que ser livre de estimulantes de consumo, principalmente os palatabilizantes. […] O sal mineral vem para suprir o que às vezes falta na pastagem, principalmente minerais, então ele complementa os minerais que existem na pastagem. Inclusive hoje já se tem no Brasil várias tecnologias. Tem o sal mineral normal, já tem o sal mineral proteico e já tem uma terceira tecnologia, que é o sal mineral proteico energético, que vem para suprir o que os animais precisam do pasto. Você que está escutando a gente, saiba que existem várias tecnologias para você usar e mineralizar corretamente a tropa de equinos que você tem na sua propriedade”, finalizou.
Assista entrevista completa com Ricardo Moraes clicando no vídeo abaixo: