INTENSIFICAÇÃO NA PECUÁRIA

TIP: entenda a fórmula que fez sistema crescer 306% no País em 5 anos!

Com menor custo que o confinamento e alta eficiência, sistema de engorda TIP já responde por 16% dos animais terminados no Brasil. Assista ao vídeo

TIP: entenda a fórmula que fez sistema crescer 306% no País em 5 anos!
TIP: entenda a fórmula que fez sistema crescer 306% no País em 5 anos!

O sistema de engorda a pasto com suplementação concentrada, conhecido como TIP (Terminação Intensiva a Pasto), cresceu 306% no Brasil entre 2019 e 2023. Assista ao vídeo abaixo e confira a ascenção deste sistema de produção.

A informação é de Paulo Dias, zootecnista e CEO da Ponta Agro, em entrevista exclusiva ao Giro do Boi.

Com base em uma base de dados que monitora cerca de dois milhões de cabeças, o levantamento mostrou que a TIP saiu de menos de 4% dos animais terminados para 16% em 2024, consolidando-se como um dos sistemas mais eficientes da pecuária tropical.

A fórmula do sucesso da TIP

Bovinos em sistema de terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

A fórmula do sucesso da TIP está na simplicidade do modelo: o produtor fornece de 1% a 2% do peso vivo do animal em ração concentrada durante a fase de engorda, mantendo o rebanho no pasto.

O resultado é uma produção de carne altamente eficiente, com menor custo que o confinamento tradicional, além de facilitar o enquadramento em protocolos de carne premium, como o 1953 ou a linha Maturatta da Friboi.

Sistema se adapta do pequeno ao grande produtor

Bovinos em sistema de terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

Segundo Paulo Dias, a TIP é versátil e democrática. Pode ser aplicada em pequenos rebanhos de 50 bois ou grandes estruturas com mais de 150 mil cabeças.

“A TIP é o confinamento tropicalizado”, define o zootecnista.

O sistema triplica a lotação por hectare em comparação à pecuária extensiva tradicional, podendo alcançar até 100 arrobas por hectare/ano.

Além disso, o modelo permite flexibilidade frente às mudanças climáticas. Em períodos de seca, é possível aumentar a proporção de concentrado, enquanto em períodos chuvosos o pasto assume maior protagonismo, reduzindo os custos com ração.

“A TIP permite adaptar a dieta conforme o clima e a disponibilidade de forragem, sem comprometer o desempenho dos animais”, explica.

Centro-Oeste lidera expansão da TIP no Brasil

Detalhe do DDG do milho. Foto: Harrison McClary

O Centro-Oeste é a região líder na adoção da TIP, com destaque para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Essa preferência se deve à integração com a agricultura, disponibilidade de coprodutos como DDG e milho e à crescente profissionalização dos sistemas de produção. Já há produtores engordando 30 bois em apenas 6 hectares.

A infraestrutura também evoluiu. Embora muitos iniciem o manejo com trato manual — inclusive em carriolas —, a tendência é investir em tratores, vagões forrageiros e digitalização da gestão, garantindo controle preciso sobre consumo, peso e desempenho dos animais.

“Boi bom é boi bom, boi ruim é boi ruim. Sem medir, não dá pra saber”, afirma Paulo.

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Digitalização e gestão são aliadas da rentabilidade

A gestão por software e identificação animal já é realidade para quem quer elevar a produtividade da TIP. A Ponta Agro, por exemplo, oferece soluções que digitalizam o manejo e controlam cada detalhe da operação, do histórico dos animais à eficiência alimentar e rastreabilidade.

Isso também ajuda o produtor a acessar crédito rural com maior segurança, uma vez que consegue comprovar o uso eficiente dos recursos investidos.

Além disso, a TIP está inserida na nova lógica da pecuária nacional, que busca abates mais precoces, carne de qualidade e menor pegada ambiental.

“Estamos mostrando para o mundo que a carne de pasto com tecnologia tem altíssimo valor. O Brasil inventou e dominou essa técnica”, ressalta Paulo Dias.

TIP é caminho viável também na seca

Engana-se quem pensa que a TIP só funciona na época das águas. Mesmo com pasto seco — a chamada “bucha” —, é possível engordar com eficiência, desde que a dieta seja ajustada com maior teor de fibra e concentrado.

“O segredo é planejamento. Quem se antecipa e compra insumos com estratégia garante margem mesmo na estiagem”, explica Paulo.

Com o domínio da técnica, a TIP se consolida como uma alternativa sólida, econômica e sustentável para produtores de todos os perfis.

O sistema não apenas reduz o ciclo pecuário, mas também melhora a eficiência da área utilizada e a qualidade da carne brasileira. Um verdadeiro divisor de águas para a pecuária de corte.

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