PRODUÇÃO DE CARNE

Revolução na pecuária de Mato Grosso: abate de bovinos jovens dispara 31,3%

Mudança drástica reflete avanços na eficiência produtiva e demanda internacional

Revolução na pecuária de Mato Grosso: abate de bovinos jovens dispara 31,3%
Revolução na pecuária de Mato Grosso: abate de bovinos jovens dispara 31,3%

Uma transformação significativa está ocorrendo nos campos de Mato Grosso, o estado detentor do maior rebanho bovino do Brasil. Nos últimos 20 anos, a proporção de animais jovens abatidos saltou de meros 2,6% para impressionantes 31,3%, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Esta mudança radical reflete não apenas avanços tecnológicos na produção pecuária, mas também as exigências do mercado internacional, especialmente da China.

O estudo do Imea revela uma tendência clara: o tempo de engorda dos animais brasileiros está diminuindo drasticamente. Essa evolução é impulsionada por dois fatores principais: a demanda dos importadores chineses por carne de animais abatidos com até 30 meses de idade e o aumento significativo na eficiência produtiva das fazendas de gado de corte no Brasil.

Números que impressionam

Analisando os dados parciais de janeiro a julho de 2024, o Imea constatou que 31,30% do total de abates em Mato Grosso foram de bovinos com até 2 anos de idade. Esse número é ainda mais impressionante quando comparado aos dados de 2004, quando apenas 2,61% dos abates eram representados por animais com menos de 24 meses.

Por outro lado, a participação de animais com mais de 3 anos nos abates caiu significativamente. No período de janeiro a julho de 2024, esses animais representaram 29,15% dos abates totais, uma redução expressiva em comparação aos 48,35% registrados em 2004. Isso significa uma queda de 19,20 pontos percentuais em duas décadas.

Impacto na qualidade da carne

Detalhe da carcaça das novilhas no frigorífico. Foto: Divulgação

Essa mudança no perfil etário dos animais abatidos tem implicações diretas na qualidade da carne produzida. Animais mais jovens tendem a oferecer carne mais macia e com melhor textura, características altamente valorizadas tanto no mercado interno quanto no externo.

A redução no tempo de engorda também representa ganhos significativos em termos de sustentabilidade. Animais que atingem o peso de abate mais cedo consomem menos recursos ao longo de sua vida, reduzindo o impacto ambiental da produção de carne bovina.

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O papel da China na transformação

A exigência da China por carne de animais abatidos até os 30 meses de idade tem sido um fator crucial nessa transformação. Como um dos principais mercados para a carne brasileira, as preferências dos importadores chineses têm um peso significativo nas decisões dos produtores brasileiros.

Essa demanda específica incentivou os pecuaristas a investirem em tecnologias e práticas de manejo que permitissem a redução do tempo de engorda, alinhando a produção brasileira com as exigências do mercado internacional.

Avanços tecnológicos na pecuária

O aumento expressivo na proporção de animais jovens abatidos também reflete os avanços tecnológicos significativos na pecuária brasileira. Melhoramento genético, nutrição aprimorada e manejo mais eficiente têm permitido que os animais atinjam o peso ideal para abate em um tempo muito menor do que no passado.

Essas inovações incluem o uso de técnicas avançadas de inseminação artificial, desenvolvimento de pastagens mais nutritivas e a adoção de sistemas de confinamento mais eficientes. Tudo isso contribui para uma produção mais rápida e eficaz de carne de alta qualidade.

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