
A dúvida do produtor Victor Lousa, de Santo Antônio de Goiás, é comum entre pecuaristas que adotam o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Com 15% da fazenda integrada com soja, ele quer saber qual gramínea plantar no pós-colheita: Mombaça ou Tifton 85? Assista ao vídeo abaixo e confira.
A área será destinada a matrizes em reprodução, o que exige uma forragem de alta qualidade e boa resposta nutricional.
Segundo Edmar Peluso, zootecnista, mestre em forragicultura e sócio da consultoria Gerente de Pasto, a escolha depende do equilíbrio entre diversidade forrageira e o perfil atual da propriedade.
Diversificar espécies é estratégia inteligente
Peluso recomenda olhar para a proporção de Mombaça já existente na fazenda. Se o produtor já possui uma área considerável com Mombaça (25% ou mais), o ideal é aproveitar os 15% da ILP para introduzir o Tifton 85, promovendo diversidade.
Isso evita a dependência de uma única espécie e oferece diferentes padrões de sazonalidade e resposta ao clima.
Já se o Mombaça ocupa menos de 15% da área total, a sugestão é dividir o novo espaço, plantando cerca de 30% com Mombaça e 70% com Tifton 85. Dessa forma, o produtor equilibra a oferta de forragem ao longo do ano e melhora a resiliência do sistema frente a adversidades climáticas e pragas.
Mombaça: produção explosiva, mas sazonal
O capim Mombaça é conhecido por sua alta produção de massa verde durante períodos de boa disponibilidade hídrica.
No entanto, é muito sensível à seca. “Trava nas quatro patas assim que a água falta”, brinca Peluso. Por isso, seu uso exclusivo pode limitar o desempenho das vacas no auge da estiagem.
Tifton 85: qualidade e estabilidade, mas com cuidados
Já o Tifton 85, apesar de também exigir alta fertilidade do solo, apresenta menor sazonalidade e boa estabilidade na oferta de forragem.
No entanto, requer mais atenção com pragas como lagartas e formigas, que podem comprometer sua viabilidade. O plantio é feito por mudas, o que demanda planejamento específico.
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Estrela roxa: uma terceira opção poderosa
Durante sua resposta, Peluso ainda sugere uma alternativa complementar: a estrela roxa (ou estrela africana).
Embora tenha menor valor nutritivo em relação ao Tifton, destaca-se pela lotação superior, resistência a pragas e capacidade de competição com plantas invasoras.
“É um capim extremamente agressivo, que fecha bem o solo e oferece bom desempenho em sistemas de matriz. Pode até ficar passada, mas vaca em cima da estrela roxa produz muito”, afirmou o especialista.
Manejo é mais importante que a escolha
Independentemente da gramínea escolhida, o sucesso está no manejo. Segundo Edmar, capins exigentes como Mombaça e Tifton 85 precisam de pastejo bem ajustado.
Entradas e saídas devem respeitar alturas ideais para evitar perda de vigor, enfraquecimento do sistema radicular e degradação da pastagem.
Conclusão: se o objetivo é manter matrizes em reprodução bem nutridas, com produção sustentável de forragem após a colheita da soja, apostar na diversificação entre Mombaça e Tifton 85 é a melhor escolha.
E, para quem busca uma terceira via, a estrela roxa também pode entrar no jogo, especialmente em áreas com alta pressão de uso.
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