
Inseminar vacas Gir e Guzerá leiteiras com sêmen de touros Jersey pode ser uma boa estratégia para quem quer melhorar a produção de leite? Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta completa.
A dúvida foi enviada por Carlos Vinícius, de São João del Rei (MG), para o quadro “Giro do Boi Responde”, exibido nesta terça-feira, 13 de maio. Quem respondeu foi Guilherme Marquez, zootecnista e um dos maiores especialistas em genética leiteira do Brasil.
Segundo Marquez, esse tipo de cruzamento tem sido cada vez mais comum, principalmente com o Guzerá leiteiro, e pode gerar animais bem padronizados e com bom desempenho na ordenha.
O destaque nesse primeiro cruzamento é o ganho genético proporcionado pela heterose, que resulta da combinação entre raças diferentes.
Heterose traz ganhos imediatos, mas exige planejamento a longo prazo
O especialista explica que o primeiro cruzamento entre Jersey e raças zebuínas como Gir ou Guzerá leiteiro costuma ser vantajoso, combinando rusticidade e produtividade.
“A heterose traz o que há de melhor em cada raça. No caso, o Jersey contribui com maior teor de sólidos no leite e o zebuíno, com resistência e adaptabilidade ao clima tropical”, afirma.
No entanto, o grande desafio vem depois, na continuidade do projeto.
“A minha preocupação não é com o uso do Jersey nesse cruzamento inicial, mas sim com o que fazer depois”, alerta Marquez.
E depois da F1? Definir o rumo é essencial
Ao produzir a primeira geração (F1) a partir do cruzamento entre Jersey e Gir ou Guzerá leiteiro, o produtor precisa definir o que vem a seguir.
“Vamos continuar com Jersey? Voltar para Gir? Manter o cruzamento rotacional? Isso precisa ser planejado com clareza”, orienta o zootecnista.
Duas opções são possíveis:
- Manter o sangue Jersey na sequência dos acasalamentos, caminhando para uma vacada com predominância taurina;
- Aproveitar a F1 para gerar embriões, usando técnicas de fertilização in vitro com doadoras Gir ou Guzerá leiteiro e implantando em receptoras meio-sangue.
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Avaliação financeira é indispensável
Além da genética, o produtor precisa analisar os custos envolvidos para saber se vale a pena seguir com cruzamentos contínuos ou partir para uma raça definida
“Se for usar Jersey por várias gerações, é importante saber se isso faz sentido para a sua realidade produtiva e econômica”, explica Marquez.
Ele também ressalta que, independentemente da estratégia, é fundamental ter um objetivo claro.
“O problema não está em cruzar. O problema está em não saber o que fazer depois”, resume.
A importância da orientação técnica
Guilherme Marquez reforça a necessidade de assistência técnica e planejamento genético para garantir que a melhoria da qualidade do rebanho leiteiro seja consistente ao longo do tempo.
“A genética pode transformar uma fazenda, mas sem planejamento, vira um tiro curto”, conclui.
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