DICAS DO SCOTON

É possível fazer feno com braquiárias e panicuns? Especialista responde

Descubra como produzir feno com braquiárias e panicuns é totalmente possível, mesmo em regiões com pouca chuva, e como essa estratégia aumenta a produtividade da sua fazenda. Assista ao vídeo

É possível fazer feno com braquiárias e panicuns? Especialista responde
É possível fazer feno com braquiárias e panicuns? Especialista responde

Pecuaristas, a busca por aumentar a produtividade e melhorar o resultado econômico da fazenda passa diretamente pela capacidade de produzir e estocar comida. Muitos acreditam que a produção de feno é restrita a capins como o Tifton ou do gênero Cynodon. Quer saber como implementar essa técnica na sua propriedade e garantir comida para o gado na seca? Assista ao vídeo abaixo e veja as dicas.

No entanto, o zootecnista Mauricio Scoton, professor da Universidade do Agro de Uberaba (Uniube), desmistifica essa ideia em mais um episódio do quadro “Dicas do Scoton” no programa Giro do Boi desta quarta-feira, 9 de julho.

Scoton explica que é possível, sim, produzir feno de alta qualidade utilizando braquiárias e panicuns, inclusive o capim Zuri. Ele prova essa tese mostrando o exemplo de uma fazenda no interior do Piauí, uma região onde chove menos de 1.200 milímetros por ano.

Quebrando paradigmas: feno além do Tifton

Pasto com capim zuri. Foto: Divulgação/Embrapa

A Fazenda Santa Rita do grupo Agrossol, em Parnaguá, Piauí, é um exemplo prático de como o feno pode ser produzido com sucesso a partir de outras forrageiras.

A propriedade está utilizando o capim Zuri, um tipo de Panicum, para essa finalidade, quebrando o paradigma de que apenas o Tifton seria adequado.

A fazenda planeja expandir a área de feno em mais 50 hectares. O feno produzido será utilizado para alimentar os animais durante o período da seca e também será comercializado, tornando-se uma nova fonte de faturamento para a fazenda.

Estratégias de manejo e adubação do feno

Após a colheita do feno, a área é preparada para a recuperação do pasto. Uma das estratégias cruciais é a adubação.

Scoton explica que a adubação dessa área em setembro ou outubro, com o início das chuvas, faz com que ela seja a primeira a se recuperar.

Essa recuperação precoce do pasto de feno permite um manejo estratégico do gado:

  • Descanso de outras áreas: O gado pode ser levado para a área de feno recém-adubada, permitindo que as áreas de braquiária descansem e se recuperem no início das chuvas.
  • Sequestro de pasto: Essa prática funciona como um “sequestro” de pasto antecipado, o que tem um valor estratégico inestimável na fazenda, pois evita o desgaste das pastagens tradicionais.
  • Potencial de segunda colheita: Após a saída dos animais, é possível fazer uma nova adubação para uma segunda colheita de feno, dependendo do calendário da fazenda.

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Feno para alta lotação e lucratividade na fazenda de cria

Em uma fazenda de cria, o objetivo é produzir mais bezerros, o que exige mais vacas e, consequentemente, uma maior lotação no espaço.

Em regiões com baixa pluviosidade, como o Piauí, a produção de volumoso conservado na forma de feno (ou silagem) é a chave para manter essa alta lotação durante todo o ano, inclusive na seca.

Um dos grandes problemas da maioria das fazendas no Brasil é o baixo faturamento, diretamente ligado à baixa lotação. Produzir e estocar comida, como o feno, permite manter uma alta quantidade de animais, o que se traduz em:

  • Mais animais produzidos.
  • Mais animais vendidos.
  • Mais faturamento e, consequentemente, mais lucro.

Embora a produção de feno aumente os custos variáveis, ela impacta diretamente a produtividade e a quantidade de bezerros produzidos, diferentemente dos custos fixos que podem não gerar esse aumento na produção.

Calculando a necessidade de feno na sua fazenda

Para saber a quantidade de feno que sua fazenda precisa produzir, Mauricio Scoton sugere um cálculo baseado nos animais em déficit de pasto durante a seca. Por exemplo:

  1. Número de animais em déficit: Quantos animais não terão pasto suficiente na seca (ex: 200 animais).
  2. Duração da seca: Quantos dias de seca (ex: 120 dias).
  3. Total de diárias: Multiplique o número de animais pela duração da seca (ex: 200 x 120 = 24.000 diárias).
  4. Consumo por animal: Quanto um animal consome por dia de feno ou silagem.
  5. Área necessária: Divida o total de diárias pelo consumo diário e pela produtividade da sua área de feno para obter a área necessária para a produção.

Se precisar de ajuda com esse cálculo, Mauricio Scoton está à disposição no Instagram. Produzir feno com braquiárias e panicuns, mesmo em regiões mais secas, é uma estratégia inteligente para melhorar os resultados e a lucratividade da fazenda de cria.

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