Augusto Passos, criador de gado da Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, implementa duas estações de monta por ano em seu sistema extensivo com gado Nelore: de junho a julho, e de novembro a janeiro. Assista ao vídeo abaixo e confira com detalhe as recomendações.
Diante de uma pergunta sobre como melhorar sua prática, o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética de bovinos, oferece direcionamentos valiosos para otimizar a produção sob essas condições climáticas distintas.
Estratégias genéticas para cada estação
Junho a Julho
Durante a primeira estação de monta, que coincide com o período de menor disponibilidade de forragem devido à seca, Zadra recomenda o uso de touros Nelore de porte moderado e touros Angus com DEP (Diferenças Esperadas na Progênie) de altura e peso também moderados.
O foco deve ser em animais mais precoces, que demandam menos leite e forragem da mãe. Essa característica é crucial, pois a forragem disponível e a habilidade materna diminuem significativamente durante esses meses mais secos.
Novembro a Janeiro
Na segunda estação, que se beneficia de uma maior disponibilidade de forragem com o advento das chuvas, há a possibilidade de utilizar touros de maior porte.
Zadra sugere continuar com os Nelore e introduzir Angus com DEP de altura e peso superiores, aproveitando ao máximo a qualidade do pasto nesta época. Animais originados desta estação tendem a ter um potencial de ganho de peso elevado devido ao melhor ambiente de nutrição.
Aproveitamento de fêmeas meios-sangues
Além das estratégias para os touros, Zadra sublinha a importância das fêmeas F1 meio sangue Angus. Estas fêmeas são notáveis por seu ganho em peso, mesmo sem suplementação, gerando bezerros robustos e ainda proporcionando carne de alta qualidade.
Elas são ideais para sistemas que buscam maximizar o retorno financeiro, uma vez que podem ser abatidas após fornecerem bezerros de alto peso ao desmame, com potencial para atingir pesos de abate premium.
Conclusão
Por meio de um manejo genético preciso e ajustes nas práticas de manejo, mesmo sistemas extensivos como o de Augusto podem alcançar uma produtividade marcante.
A escolha do biotipo correto em cada estação, levando em consideração o ambiente de forragem e a capacidade de suporte do sistema, permite que os criadores aperfeiçoem seus resultados produtivos e econômicos, ressaltando a importância de uma estratégia bem delineada para cada estação de monta.
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