No programa Giro do Boi, o médico-veterinário Eduardo Pires, coordenador técnico de Grandes Animais da Boehringer Ingelheim, compartilhou sua experiência sobre como elaborar um programa eficaz de controle parasitário na fazenda. Dê o play no vídeo abaixo e confira as recomendações detalhadas.
Com a chegada do período de entressafra e a temporada de confinamento, é essencial focar na saúde dos animais para garantir seu bom desenvolvimento e minimizar perdas econômicas.
Os desafios dos endoparasitas no gado
Os endoparasitas, invisíveis a olho nu, são grandes desafios para a pecuária, prejudicando a performance dos animais e gerando significativas perdas financeiras.
“A verminose pode se instalar em diversos órgãos do animal, não apenas nos intestinos, mas também no fígado e pulmões, causando grandes prejuízos à produção de carne.”
Eduardo Pires
Ele destacou que o prejuízo global causado pelos endoparasitas na pecuária chega a 14 bilhões de dólares, sendo cerca de 7 bilhões apenas no Brasil.
Estratégias para um controle parasitário eficaz no rebanho
Eduardo Pires ressalta a importância de estabelecer um programa de controle estratégico parasitário. Ele recomenda que os pecuaristas considerem algumas diretrizes fundamentais:
- Identificação dos problemas: Realizar exames de fezes para detectar a presença de ovos dos parasitas (OPG – ovos por grama) é crucial. Pires citou um exemplo de um pecuarista que constatou alta taxa de OPG em animais cruzados, revelando problemas de verminose.
- Timing das vermifugações: As vermifugações devem ser feitas de forma estratégica, sendo as principais a entrada das águas (outubro/novembro) e a saída das águas (abril/maio). Uma vermifugação adicional no meio da seca pode ser importante dependendo da região.
- Escolha do produto: É essencial escolher vermífugos adequados ao grau de infestação e ao tipo de parasita. Pires destaca que o Ivomec é eficaz tanto contra endoparasitas quanto ectoparasitas. No entanto, ele alerta para o cuidado na dosagem para evitar resistência parasitária e reações adversas.
A influência de fatores de risco na sanidade animal
Eduardo Pires explica que a raça e a idade dos animais influenciam a suscetibilidade à verminose. Animais jovens são mais propensos a infestações.
“Animais cruzados, como meio-sangue Angus em vacas Nelore, apresentam maior carga parasitária e menor ganho de peso.”
Eduardo Pires
Por isso, é fundamental ajustar o manejo de acordo com as características do rebanho.
Manejo ambiental e sanitário na fazenda
O ambiente tem um papel crucial no controle da verminose. Manter a pastagem livre de infestações é desafiador, mas essencial.
Pires recomenda a utilização do conceito 5-7-9, desenvolvido pela Embrapa, que orienta a vermifugação estratégica nos meses de maio, julho e setembro, para quebrar o ciclo de vida dos parasitas.
Produtos e práticas recomendadas
Pires aconselhou que, ao utilizar produtos como Ivomec Gold, a dosagem deve ser adequada e baseada no peso real dos animais.
Métodos de pesagem, mesmo que simples, ajudam a evitar sobredosagens e subdosagens. Ele também alertou contra a combinação de vermífugos sem orientação adequada, o que pode causar resistência e prejudicar a eficácia do tratamento.
A importância da conscientização e capacitação no manejo sanitário
Para garantir a saúde do rebanho e a produtividade da fazenda, é imprescindível que os pecuaristas invistam em programas de controle parasitário bem planejados e executados.
O monitoramento constante e a escolha de produtos de qualidade são passos essenciais rumo a um manejo eficiente e sustentável.
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