
A cigarrinha do milho voltou a preocupar os produtores brasileiros nesta safrinha, trazendo riscos significativos para a produtividade das lavouras. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações completas.
O alerta foi dado pelo engenheiro agrônomo André Figueiredo, mestre em Genética e Melhoramento de Plantas, em participação no quadro Giro do Boi Responde, do programa Giro do Boi, exibido nesta quinta-feira, 3 de abril.
Segundo Figueiredo, os enfezamentos transmitidos pela cigarrinha (nome científico Dalbulus maidis) são hoje as principais doenças da cultura do milho no país. Em situações de alta infestação e uso de híbridos suscetíveis, as perdas podem chegar a 100% da produção.
O impacto da praga vai além da lavoura
Para ilustrar a gravidade do problema, o especialista citou o caso da Argentina, que na safra passada enfrentou um surto de enfezamentos com impacto direto na economia. Segundo a Bolsa de Cereais do país vizinho, o prejuízo foi estimado em US$ 1,3 bilhão, com redução da área plantada entre 17% e 20%.
“É uma doença grave, com grande poder de destruição, porque ataca sistemicamente a planta, entupindo seus vasos e comprometendo o desenvolvimento do milho”, explicou Figueiredo.
Como manejar a cigarrinha do milho na safrinha
Apesar da ameaça, o agrônomo afirma que o Brasil dispõe de ferramentas eficazes para mitigar os danos da cigarrinha do milho, desde que o manejo seja feito corretamente. Ele elencou os principais pontos de atenção:
1. Escolha de híbridos tolerantes
Optar por sementes de híbridos com alta tolerância aos enfezamentos é o primeiro passo. Vale lembrar que se trata de tolerância e não resistência plena, por isso o manejo deve ser integrado.
2. Tratamento de sementes
É fundamental o uso de tratamento de sementes com inseticidas para proteger a lavoura nos estágios iniciais, fase crítica para o ataque da cigarrinha.
3. Monitoramento e aplicação de inseticidas
Durante o desenvolvimento da cultura, especialmente entre a emergência e o estágio V8, o produtor deve realizar o monitoramento frequente da lavoura e seguir a recomendação técnica para o uso de inseticidas.
4. Controle da tiguera
Um erro comum é ignorar as plantas de milho remanescentes da safra anterior, conhecidas como tiguera. Essas plantas atuam como reservatório da cigarrinha e são responsáveis por iniciar infestações precoces na safra seguinte.
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Tecnologia a favor do produtor
A boa notícia é que, diferente do cenário argentino, o Brasil já dispõe de tecnologias e protocolos consolidados para lidar com o problema.
O sucesso do controle, porém, depende da ação conjunta entre escolha de híbridos, boas práticas agrícolas e assistência técnica especializada.
“Temos meios de manejar a cigarrinha do milho. Mas o produtor precisa estar atento e agir com estratégia. É o manejo integrado que garante a produtividade”, reforçou o especialista.
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