DÚVIDA POLÊMICA!

Africano Boran pode substituir o Nelore no futuro? Conheça melhor essa raça

Com sangue indiano e taurino, o africano Boran chama atenção pela rusticidade e musculatura. Zootecnista avalia se pode substituir o Nelore no Brasil. Assista ao vídeo

Africano Boran pode substituir o Nelore no futuro? Conheça melhor essa raça
Africano Boran pode substituir o Nelore no futuro? Conheça melhor essa raça

O africano Boran tem despertado curiosidade entre os criadores de gado no Brasil. Mas será que essa raça exótica, originária do leste da África, pode substituir o Nelore no futuro? Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa raça exótica.

Essa foi a dúvida enviada por Ricardo Vilas Boas, de Cuiabá (MT), ao quadro Giro do Boi Responde, exibido nesta segunda-feira (16), no programa Giro do Boi. A resposta veio de Alexandre Zadra, zootecnista e referência em cruzamento industrial de bovinos no Brasil.

Zadra explica que o Boran é uma raça formada por aproximadamente 64% de sangue indiano (zebuíno), 24% taurino europeu e 12% taurino africano, o que confere ao animal uma combinação interessante de rusticidade, adaptação ao calor e excelente desenvolvimento muscular.

Porém, ele adianta: não, o Boran não deve substituir o Nelore, mas pode sim somar muito à pecuária nacional, especialmente no cruzamento industrial.

Boran: musculoso, rústico e tropical

Macho reprodudor da raça africana Boran. Foto: Reprodução

Segundo Zadra, o Boran se destaca por ter uma carcaça bem musculosa, com cupim cérvico-torácico — característica típica de animais com sangue zebuíno.

A raça foi formada a partir de cruzamentos entre taurinos europeus (como o Shorthorn) e zebuínos, sendo posteriormente selecionada no clima árido e quente da África.

“É um animal muito bem adaptado ao calor, com ótimo desempenho como raça pura, especialmente nas regiões Centro-Norte do Brasil”, explica o zootecnista.

Além disso, por ter sangue taurino e tropical, o Boran é indicado para uso em fêmeas meio-sangue, especialmente em rebanhos com algum nível de sangue europeu.

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Substituir o Nelore? Difícil competir com nossa raça mãe

Vaca e bezerro da raça Boran em área de pasto. Foto: Reprodução

Zadra é categórico: o Nelore segue imbatível como base da pecuária nacional. Presente em todos os estados, incluindo o Sul do país, a raça zebuína tem excelente habilidade materna, rusticidade e adaptação a diferentes ambientes.

“O peito das matrizes Nelore tem o tamanho ideal. A raça domina o país pela consistência genética e pela facilidade de manejo. É difícil alguma outra raça substituir o Nelore nesse papel”, afirma o especialista.

Boran no cruzamento: um aliado poderoso

O grande potencial do Boran está no tricross — ou seja, no uso dessa raça em vacas meio-sangue taurinas, como Angus x Nelore, Brangus, Canchim ou outras combinações.

Nesses cruzamentos, o Boran pode tropicalizar os animais, garantindo maior adaptação ao calor, além de entregar filhos de pelo curto, com bom ganho de peso e musculatura destacada.

Zadra faz uma ressalva: o uso do Boran em novilhas sem cupim deve ser feito com cuidado, já que a raça tem predominância zebuína. Mas, no geral, ele considera o Boran uma ótima opção para cruzamentos estratégicos em regiões quentes do Brasil.

Uma raça promissora que soma à genética nacional

A conclusão do zootecnista é clara: o Africano Boran não veio para substituir o Nelore, mas para complementar o trabalho genético nas fazendas brasileiras, especialmente com foco em produtividade, eficiência alimentar e melhor adaptação dos cruzamentos em ambientes tropicais.

“Aí sim está o grande valor do Boran”, finaliza Zadra.

Com essa avaliação, os pecuaristas brasileiros ganham mais uma ferramenta de manejo genético, capaz de melhorar o desempenho dos rebanhos em sistemas produtivos cada vez mais desafiadores.

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