O Giro do Boi desta sexta-feira, 13, apresentou o terceiro episódio da série de reportagens especiais sobre as pesquisas e inovações que a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) está desenvolvendo em benefício à pecuária brasileira. Desta vez o tema recai justamente sobre o que o pecuarista deve fazer nesse momento em que os pastos caem sua qualidade, e como deve ser o planejamento na hora de dar a suplementação mineral ou proteica.
Saiba que mesmo com baixas condições de qualidade, o pasto é ainda o grande promotor para a engorda de animais, segundo o zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da APTA, que fica no município de Colina, na região de Barretos.
“A seca é importante para se construir um animal no ano inteiro. Assim como um vendedor, que tem de vender todos os meses do ano, um produtor de boi tem de fazer seu animal engordar todos os meses do ano também”, explica Siqueira.
O segredo está no pasto
Num planejamento de engorda de bovinos com a adição de suplementação mineral ou proteica, o que vai, de fato, fazer a diferença na hora da engorda do animal é o volumoso, e não o suplemento. Siqueira pontua inclusive que o proteinado responde por 10% da exigência proteica do animal e apenas 5% de energia.
Portanto, o bovino só vai ganhar peso se tiver pasto. E para ter pasto o pecuarista tem de fazer muito bem suas contas, sem se ater a expectativas que possam chover e, aí, dar mais alívio para sua pastagem. Ser mais realista nesta hora, fará o planejamento da fazenda subir de patamar.
A recomendação é ter um plano bem claro da necessidade de forragem da fazenda, especialmente durante a seca. E quanto a chuva cessar, o recomendado é fazer o ajuste da taxa de lotação de animais, com menos animais por hectare para não faltar alimento.
Interação de suplemento + pasto
“A suplementação funciona melhor, especialmente na seca, quando se tem pasto. O grande efeito do aditivo não é o que tem de nutrientes em si, mas porque ele melhora o uso do pasto pelo animal”, diz Siqueira.
O suplemento basicamente acelera a digestão do volumoso por conta da adição de proteína. O rúmen dos bovinos precisam desse estímulo, porque o pasto de baixa qualidade tem pouca proteína, o que leva a uma digestão mais lenta pelo rúmen.
Quando há o estímulo da proteína através da suplementação, o rúmen, que estava parado, começa a girar mais rápido, digere todo o volumoso, e abre espaço para mais consumo de capim pelo bovino. A aceleração deste ritmo faz com que o animal continue ganhando peso.
Confira a reportagem na íntegra no vídeo abaixo:
Continue acompanhando o Giro do Boi para saber os resultados deste estudo e mais novidades que estão por vir. Ao todo serão 20 reportagens especiais, de todos os ciclos de produção de carne de qualidade, que serão exibidas no programa Giro do Boi todas as sextas-feiras. O programa de TV vai ao ar de segunda à sexta no Canal Rural, às 7h00 (horário de Brasília) e no Canal do Criador, às 13h00 (horário de Brasília).