Em entrevista ao Giro do Boi nesta quinta-feira, dia 14, o CEO da startup PlantVerd Antonio Borges, eleito pela Época Negócio uma das 50 pessoas mais influentes do Brasil em inovação ambiental, falou sobre novas estratégias de recuperação florestal e compensação ambiental que podem ajudar o Brasil a avançar ainda mais na sustentabilidade de suas cadeias produtivas.
“Para combater o problema do meio ambiente, nós precisamos agir com inteligência e com inovação”, constatou Borges.
Em seguida, especialista afirmou que o país precisa apostar na conscientização dos produtores e investidores do setor para evitar a abertura de novas fronteiras agrícolas, já que, eventualmente, o custo da recuperação ambiental é mais alto do que o próprio valor da terra.
“Como fica mais caro recuperar essa área do que o próprio valor da terra, muitas vezes se busca abrir novas fronteiras agrícolas. […] Acho que o grande segredo é realmente evitar que essa área fique degradada. Então é um trabalho muito importante. Se a gente quer chegar lá na frente num ponto de desmatamento zero, eu preciso trabalhar hoje a conscientização ambiental desse produtor, desse empresário, para que nós recuperemos essa área antes de ela degradar a ponto de ser inviável a sua recuperação ambiental”, apontou.
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QUEIMADAS
Nesse sentido, Borges comentou ainda como cuidar de uma causas desta degradação ambiental, que são as queimadas.
“Infelizmente a queimada é algo inerente, a gente vai ter, apesar de que muitas vezes as queimadas são provocadas pelo próprio homem, então é ssa queimada tem que evitar. […] Por exemplo, no Cerrado é normal você ter plantas que entram em combustão espontânea porque a semente daquela planta precisa do fogo para quebrar a dormência. Então o fogo é um processo inerente. Está presente no nosso cotidiano? Está. Mas nós temos que ter ações de combate e fiscalização para que esse fogo não seja para desmatamento ou para que esse fogo não seja causado pelo próprio humano”, sustentou.
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INOVAÇÃO
Todavia, a própria PlantVerd desenvolveu uma solução inovadora, e por hora localizada, para ajudar o setor e encontrar soluções para a compensação ambiental. É o que a startup chama de Ativo Verde.
“Foi o que nós fizemos lá em 2019. Nós percebemos que tinha muitas áreas dos produtores rurais que precisavam ser reflorestadas no estado de São Paulo, percebemos que tinha as empresas também que queriam fazer o reflorestamento, mas não conseguiam chegar nesses produtores rurais. O estado já tinha um programa, que é o Programa Nascentes, que tentava fazer essa ponte […] e a nossa empresa sugeriu o seguinte: como nós já tínhamos acesso ao produtor rural e a essas áreas e tinha acesso às empresas, nós propusemos às empresas do estado fazer reflorestamento com recursos próprios, antecipadamente, antes de ter qualquer obrigação, e gerar um banco de áreas, gerar um crédito de áreas reflorestadas. E comercializar essas áreas com as empresas que precisavam fazer o reflorestamento somente depois que isso já estivesse em andamento, facilitando assim o papel do órgão ambiental, que já fiscalizava várias áreas e agora poderia fiscalizar só uma, que atenderia várias obrigações diferentes. […] A gente consegue diminuir esse custo, em que a gente atende um produtor rural que precisava recuperar sua APP ou sua reserva legal, e depois comercializa esses reflorestamentos, um pedacinho com cada empresa. É como se eu pegasse todos os pequenos projetos, colocasse num lugar só, aumentando o ganho ambiental, aumentando a facilidade do órgão ambiental pela fiscalização, ganhando agilidade e vários outros fatores”, explicou.
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Pelo vídeo a seguir é possível assistir a entrevista completa com Antônio Borges, CEO da PlantVerd:
Foto: Reprodução / PlantVerd
