O Giro do Boi passou a exibir a partir desta sexta, 27, a série de reportagens e entrevistas Pasto Extraordinário, que mostra a importância do combate e do controle das plantas daninhas. Os conteúdos são frutos de parceria da companhia com o Canal Rural, Canal do Criador e com o próprio Giro do Boi.
Na primeiro episódio, o agrônomo de campo da Corteva Hérvio Carbonaro deu dicas de manejo de pastagem durante esta entressafra que podem fortelecer a capineira de modo que amenize a infestação de plantas daninhas na hora que as chuvas voltarem.
“O principal agora é ajustar a nossa taxa de lotação. A gente pode ver nessa situação aqui, quando o capim já está muito mais seco do que estaria num período de chuvas, a gente já não vê mais as folhas verdes […] como que a gente veria durante o período chuvoso. Então agora a gente tem um capim com as folhas mais secas, com a qualidade nutricional mais baixa, e algumas estratégias precisam ser adotadas para que a gente possa aproveitar ao máximo essa produção, sempre muito atento ao manejo”, alertou.
O especialista justificou a importância do ajuste de lotação. “Para que a gente não tenha uma quantidade de animais na área muito grande e que a demanda por alimento não seja muito mais alta que a nossa oferta de pasto. Isso vai fazer com que a gente tenha o chamado super pastejo, ou seja, a gente vai pastejar o pasto até alturas muito baixas, muitas vezes até expondo o solo, deixando áreas vazias no solo”, explicou.
Os “espaços em branco” no solo são justamente a porta de abertura para a degradação. “O super pastejo é muito prejudicial porque você vai fazer com que a sua forrageira precise queimar reservas, queimar o sistema radicular para emitir brotação. E aí você permitiu pastejo demais e, ao mesmo tempo, começa a deixar esses espaços vazios. Quando a gente voltar ao período chuvoso, vai fazer com que a planta daninha tenha condições ideais para rebrotar. Então quando a gente tem um pasto que a gente está percebendo que tem muitos animais para oferta de forragem que a gente tem, a gente precisa retirar um pouco desses animais, seja vendendo ou transferindo para outras áreas. Se a gente não tomar cuidado com a altura do pasto e começa a ter excesso de áreas de espaços vazios nessa área, a gente vai ter condições ideais para que essas plantas daninhas possam germinar e estar competindo com o capim”, completou Carbonaro.
O agrônomo também informou de quais ferramentas o pecuarista pode lançar mão caso não consiga evitar o super pastejo e a consequente degradação. “A gente tem que estar muito atento para fazer o controle das plantas daninhas antes que elas comecem a competir com nossa forrageira logo que volta o período chuvoso. Então sempre a gente deve fazer uma análise da área com um técnico para conseguir identificar o momento ideal para entrar com aplicação do herbicida. A gente precisa fazer isso para possibilitar que o nosso capim rebrote com mais vigor e mais velocidade logo que o período chuvoso volte”, observou.
+ Como saber se já é hora de aplicar o herbicida foliar no meu pasto?
HERBICIDA NA HORA CERTA
“O momento ideal é sempre antes que a planta daninha comece a competir com o capim por água, luz e nutrientes, que são as principais formas de competição que essa planta daninha exerce em cima do capim. Normalmente isso fica próximo de 25 a 30 dias após a germinação dessa planta daninha. Não existe uma regra de bolso, isso precisa ser avaliado, mas normalmente é mais ou menos nessa época, quando ela já tem tamanho, uma quantidade de área foliar que ela consiga absorver o herbicida e translocar o produto até o sistema radicular para ser controlada antes que ela comece a exercer pressão e competição sobre a nossa forrageiras”, detalhou o processo
Mas se o pecuarista está precisando resolver o problema do pasto infestado de plantas daninhas em meio à entressafra, ele também tem alternativa para o controle das plantas mais duras. “Durante o período seco a gente não pode fazer o controle de plantas daninhas de forma foliar, com aplicações foliares, então a gente trabalha com o que a gente chama de aplicações localizadas: ou no toco ou basal. A aplicação localizada no toco consiste no corte da planta daninha rente ao solo e aplicação imediata do produto direto no toco, como se fosse uma injeção na veia. Então esse produto é translocado até o sistema radicular e essa planta é controlada por completo, ela não rebrota mais. Ou a outra opção é o controle localizado basal, que é a aplicação de um herbicida direto no caule da planta daninham onde ela absorve ali e transloca também até o sistema radicular para que ela seja controlada por definitivo sem rebrotes”, informou. “É importante ressaltar que o controle localizado tanto no toco quanto basal é feito em plantas semilenhosas e lenhosas”, reforçou.
O agrônomo também revelou uma forma de garantir que não haja problemas com plantas daninhas no pasto. “Como a gente faz para evitar que uma planta daninha apareça no nosso pasto? Você tem que ter solo coberto pelo pasto. Se você tiver manejo adequado, você consegue ter sempre um pasto limpo”, assegurou.
Veja no vídeo a seguir a entrevista completa com Hérvio Carbonaro, agrônomo de campo da Corteva: