Em mais um episódio da série “Seu Pasto É Lavoura”, apresentado no programa Giro do Boi, a zootecnista e doutora em forragicultura Janaína Martuscello, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), abordou uma questão vital para pecuaristas: quando renovar e quando recuperar um pasto. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações precisas.
Este dilema, comum entre muitos produtores, envolve decisões que podem impactar significativamente a sustentabilidade e a economia da atividade pecuária.
Definindo os conceitos: recuperação vs. renovação
A zootecnista esclareceu que recuperar um pasto implica em revitalizar a forrageira existente sem substituí-la, adotando práticas como calagem ou manejo do descanso, visando melhorar o vigor e a produtividade da pastagem.
Este método é menos oneroso comparado à renovação, que envolve um revolvimento completo do solo e a substituição das plantas existentes, um processo significativamente mais caro devido ao uso intensivo de maquinários e à necessidade de novas sementes.
Critérios para tomada de decisão: renovar ou recuperar?
Martuscello pontuou que a decisão entre renovar ou recuperar deve basear-se em uma avaliação cuidadosa da condição atual do pasto.
Se a pastagem ainda possui mais de 50% da gramínea desejada, como o capim-marandu, por exemplo, e apenas um espaçamento modesto de plantas invasoras, então é aconselhável optar pela recuperação.
Isso porque intervenções simples podem ser suficientes para revitalizar a forrageira.
Por outro lado, se o pasto apresenta uma predominância de plantas invasoras ou áreas extensas sem cobertura vegetal adequada, o que indica uma degradação avançada, o processo de renovação pode ser necessário.
Este passo geralmente requer intervenções mais abrangentes para restaurar a produtividade do solo.
Importância da reflexão e da prevenção na gestão de pastagens
A especialista também enfatizou a importância da autocrítica e do aprendizado contínuo para evitar repetir erros que levam à degradação das pastagens.
Ela destacou que antes de iniciar um processo de renovação, é crucial entender as causas da degradação, seja por manejo inadequado, sobrepastoreio, ou deficiência nutricional, para garantir que não se repitam no futuro.
Práticas recomendadas no manejo de pastagens
Finalizando, Janaína Martuscello lembrou que a manutenção preventiva de pastagens, tratando-as com o mesmo cuidado que uma lavoura e fazendo reposições nutricionais adequadas, pode evitar a necessidade frequente de renovações caras.
Assim, a longevidade e a sustentabilidade das pastagens podem ser significativamente melhoradas, reduzindo os custos a longo prazo e aumentando a eficiência da produção pecuária.
Especial “Seu Pasto é Lavoura”
A série é baseada na obra de mesmo nome escrita por Martuscello juntamente com o pesquisador Manoel Eduardo Rozalino Santos, doutor em Zootecnia e professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
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