O criador Jean Carlos, de Japorã, no sul de Mato Grosso do Sul, disse que fez monta natural de touro Charolês com Nelore x Angus. Ele quer saber se vai produzir carne premium com este cruzamento.
Segundo o zootecnista Alexandre Zadra, supervisor regional comercial da Genex, o cruzamento de Charolês e F1 Angus gera um tricross de altíssimo potencial de ganho de peso. Ele ponderou, entretanto, que será “um animal que precisa de comida pós-desmama”.
+ O que esperar do cruzamento do Charbray com vacas Nelore ou F1 Angus?
NUTRIÇÃO
Conforme detalhou Zadra, o tricross vai bem até a desmama, mas depois precisa de reforço na alimentação, como, por exemplo, um sistema de integração lavoura-pecuária.
“Agora lembre-se que ¾ europeu, ou seja, esse filho de Charolês sobre a sua meio-sangue Angus, é um animal de alto metabolismo”, alertou o zootecnista.
Em seguida, Zadra explicou que explorar o potencial genético desse tricross requer dietas de alto concentrado. “Eu recomendo que você desmame, jogue na integração lavoura-pecuária ou diretamente no cocho para que ele seja um superprecoce, ou seja, abatido com até 13 ou 14 meses e muito pesado. Ele tem potencial para isso”, confirmou.
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Do mesmo modo, usar somente pasto na dieta do gado Charolês cruzado com F1 europeu não trará bom resultado. “Se você jogar esse ¾ europeu no pasto, ele diminui muito o potencial de ganho de peso dele porque ele não tem conforto térmico no verão, principalmente aquela época que não chove. Entre setembro e outubro esse ¾ europeu sofre demais”, avisou.
Contudo, com o sistema produtivo adequado, o tricross de gado Charolês com Nelore x Angus vai apresentar conforto térmico no sul de MS. “Sempre tem uma frente fria que ele vai aguentando com conforto térmico. Ele vai ter conforto térmico razoável no inverno do sul de Mato Grosso do Sul”, projetou o especialista.
QUALIDADE DE CARNE
Por último, Zadra disse que embora a carne produzida pelo cruzamento entre Charolês com Nelore x Angus não seja reconhecida como um produto premium, ela será bastante macia e diferenciada. Porém, só será possível buscar as características desde que o animal seja bem criado, recriado e abatido precocemente.
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Foto: Reprodução / Associação Brasileira de Criadores de Charolês
