Qual é o melhor cruzamento industrial para gado Curraleiro no Sertão baiano?

Criador de gado Curraleiro Pé-Duro em Caetité-BA quer saber se o cruzamento industrial com Sindi, Santa Gertrudis ou Senepol vai aumentar o desfrute do rebanho

Nesta quinta, 24, o zootecnista Alexandre Zadra esclareceu a dúvida de um telespectador de Caetité, sertão da Bahia. Conforme escreveu o criador Rafael Malaguti, ele quer aumentar o desfrute do seu gado Curraleiro Pé-Duro e pensou no cruzamento com Sindi, Santa Gertrudis e Senepol. Será que vai dar certo?

Segundo analisou Zadra, que é supervisor comercial da Genex e autor do blog Crossbreeding, o criador tem boas opções para conquistar seu objetivo. “O Curraleiro é um taurino adaptado que é realmente muito rústico. Assim, ele vai muito bem em sua região […], tem carne macia e os animais são ganhadores de peso”, disse em resumo.

RECOMENDAÇÃO PARA O PRIMEIRO CRUZAMENTO

Primeiramente, Zadra analisou o cruzamento com o gado Curraleiro Pé-Duro para a formação de uma geração F1. Nesse sentido, o pecuarista deve buscar heterose, choque de sangue, vigor híbrido. Além disso, adaptabilidade.

“A adaptabilidade você já tem com o Curraleiro. E quanto mais distante as raças ou os grupamentos, maior a heterose, ou vigor híbrido. Então a gente tem as vantagens de fertilidade do gado. Um animal que é fértil, porque tem heterose, e vai ter boa adaptação (ao clima). A heterose vai conseguir se expressar”, projetou Zadra.

Portanto, Zadra recomendou o uso do Sindi em primeiro lugar não cruzamento com gado Curraleiro Pé-Duro. “É uma raça de pequeno porte, já que você quer fazer um bovino de pequeno porte e precoce. Agora só tome cuidado ao utilizar Sindi, usando touros de parto fácil nas suas novilhas curraleiras aí. Porque a gente pode ter problema quando a gente usa zebuíno numa novilhinha que não tem cupim”, alertou.

“Dessa forma, tome um pouquinho de cuidado. Utilize touros provados, com DEP negativa para peso ao nascimento. Mesmo sendo Sindi, um zebuíno de pequeno porte, considerado um biotipo britânico, você tome cuidado”, reforçou.

SEGUNDO CRUZAMENTO COM O GADO CURRALEIRO PÉ-DURO

Posteriormente, Zadra fez suas considerações para o segundo cruzamento. “Sobre essa meio-sangue zebuína x taurina 100% tropical, se você quiser utilizar europeu, eu recomendo que você utilize na inseminação, logicamente, um Angus”, sustentou.

Contudo, Zadra mudou a recomendação caso o produtor queria usar touro. “ Se você optar por touros, você pode utilizar um bimestiço. Como, por exemplo, Brangus, Canchim, Santa Gertrudis ou Braford. Você terá um excelente resultado com pelo zero, muita adaptação. Com um pouco menos de heterose, porque os bimestiços têm ⅜ de zebuíno. Entretanto, com muita complementaridade, porque você entra com ⅝ de europeu desses bimestiços sobre a sua meio-sangue zebuína x taurina”, concluiu.

ENVIE A SUA DÚVIDA

Assim como o telespectador acima, você também pode enviar sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.

Por fim, assista a resposta completa de Alexandre Zadra sobre cruzamento com gado Curraleiro Pé-Duro no Sertão baiano:

Foto: Maria Eugênia Ribeiro / Reprodução Embrapa

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