O telespectador Valentim Suchek, de Taiobeiras-MG, perguntou ao zootecnista Alexandre Zadra como aproveitar melhor o gado Canchim no cruzamento industrial. “O Canchim carrega as vantagens do Charolês, tem adaptação ao clima quente, garantindo a cobertura mesmo no clima tropical. Qual a sua recomendação do uso do touro ou sêmen de Canchim na pecuária de diferentes partes?”, questionou Suchek.
Em primeiro lugar, Zadra, que é supervisor comercial da Genex e autor do blog Crossbreeding, falou sobre a origem do gado Canchim. “A raça Canchim tem em sua formação ⅝ de sangue europeu, Charolês, e ⅜ de sangue Zebu. Ela é um bimestiço”, explicou.
Em seguida, Zadra apontou por que considera o gado Canchim o bimestiço de melhor adaptação ao Brasil. “A raça foi desenvolvida aqui na Embrapa de São Carlos-SP. E vem sendo trabalhada pelos criadores para melhorar a cada dia mais sua adaptabilidade com animais de pelo mais curto”, comentou.
COBERTURA DO TOURO CANCHIM
Segundo o especialista, o touro Canchim cobre bem a campo. Além disso, as fêmeas meio-sangue Canchim x Nelore também devem ter aproveitamento dentro da porteira. “O Canchim cobre bem no pasto no Brasil tropical. […] E a fêmea meio-sangue Canchim x Nelore deve ser aproveitada como reprodutora. Essa fêmea que eu chamo de 31, porque ela tem 31% de sangue europeu […], é muito boa e deve ser mantida no rebanho para ser uma boa matriz”, sugeriu.
Conforme apontou Zadra, a vaca Canchim x Nelore tem outras características além da habilidade materna. “Ela tem uma boa habilidade materna e, depois de duas ou três crias, você pode abatê-la muito pesada. Isso é uma grande vantagem quando a gente precisa fazer caixa com as vacas que a gente determinar que não entrarão em reprodução por conta de peso já”, lembrou.
CONDIÇÃO PARA O TOURO CANCHIM
Em conclusão, Zadra lembrou que o touro Canchim pode melhorar sua produtividade na cobertura a campo com um reforço na nutrição. “Então o Canchim vai muito bem como touro. É lógico que se o pasto tiver sombreamento e um lote não muito grande de fêmeas, é melhor. Afinal de contas, ele é ⅝ europeu e tem um metabolismo um pouquinho acima do meio-sangue. Ele produz calor endógeno acima do meio-sangue, produz mais calor endógeno. Então é um metabolismo quente, um animal que tem um metabolismo rápido. Portanto ele vai precisar de alguma raçãozinha, se for possível, para que trabalhe melhor ainda no campo”, reforçou.
Por último, o zootecnista ressaltou mais uma vez a opção de manter as fêmeas de cruzamento industrial no rebanho. “As fêmeas meio-sangue Canchim x Nelore são muito boas, pode aproveitar”, concluiu.
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Assim como o telespectador acima, você também pode enviar sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
Por fim, assista a resposta completa de Alexandre Zadra: