O criador Jorge Pereira tem propriedade em Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde cria vacas F1 de sangue leiteiro x Santa Gertrudis. Ele quer um rebanho que continue produzindo leite a partir de bezerras de reposição e carne com os bezerros filhos de suas matrizes. Para isso, ele pensou em cruzar suas fêmeas com touro da raça Tabapuã visando ganho de peso e precocidade. Pereira observou ainda que sua região é montanhosa.
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O pecuarista foi atendido no Giro do Boi Responde desta quarta-feira, dia 28, pelo especialista em genética de gado leiteiro Guilherme Marquez, zootecnista e gerente nacional de produto leite da central Alta Genetics.
“Você está numa região montanhosa, então você vai precisar de animais que possuem cascos e pernas fortes, boa musculatura de anterior e abertura de frente para poder conseguir um melhor proveito desses animais na sua sobrevivência. Você também está num clima temperado, Juiz de Fora já está mais no alto, tem um clima mais frio do que o clima tropical que nós temos em partes de Minas Gerais”, contextualizou o zootecnista.
Segundo Marquez, o cruzamento em si com o Tabapuã tem um ótimo resultado, no entanto, pelo grande porte dos animais, que é uma característica da raça, os bezerros podem ter dificuldade na região montanhosa.
“O Tabapuã, sim, é uma ótima opção. Existem vários lugares em que a gente vai trabalhar, como em Goiás, no Pará e em Mato Grosso, que utilizam o Tabapuã em cima de vacas Girolando para o bezerro ser tratado como bezerro de corte para a gente ter, então, o seu objetivo final, que é produção de carne”, confirmou. “Agora o Tabapuã é uma raça de porte grande. Quando a gente tem uma região montanhosa, a gente precisa tomar cuidado com a estatura do animal. Então eu indico a você outro tipo de animal para a gente ter um resultado muito melhor”, ponderou.
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Para que o criador atinja seu objetivo, Marquez recomendou que utilizar um touro de raça leiteira em cima de suas melhores fêmeas a fim de produzir bezerras de reposição para a ordenha. Já as vacas com pior genética podem ser cruzadas com um touro de raça de corte para produzir bezerros pesados enquanto continuam lactando.
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“Eu separaria as melhores vacas para leite, utilizaria um touro específico para leite, entraria com a raça Girolando, um ¾ ou um ⅝, em cima da sua vaca para ter a reposição de leite e você trabalhar. E em outra parte do rebanho, eu utilizaria um touro específico para carne, mas com porte mediano, um porte mais baixo”, sugeriu.
Marquez apontou quais as raças de corte combinariam bem com o sistema produtivo do pecuarista em Juiz de Fora e com as características de seu relevo e clima. “Por exemplo, a raças Sindi e Senepol vão produzir bezerros pesados e rústicos para a sua região. Eles aguentam caminhar, aguentam trabalhar e ganham peso, têm precocidade, além de ter uma taxa de mantença menor e vão cumprir esse propósito seu”, projetou.
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“Eu sempre falei no Giro do Boi que eu não acredito muito em dupla aptidão, em um animal de uma raça que consegue produzir muito leite e, além disso, produzir muita carne. Essa é uma crença minha baseada em fatos. […] Se eu quero produzir leite, eu tenho que ter um gado específico para leite. Se eu quero fazer gado de corte, eu tenho uma raça específica para corte. Agora eu tenho intermediários nesse processo. O Tabapuã vai muito bem, por exemplo, mas volto a falar que ele é um animal de estatura mais alta. Eu recomendaria para você o Senepol ou o Sindi também dentro deste processo”, concluiu.
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Pelo vídeo abaixo é possível ver as considerações completas de Guilherme Marquez: