A raça está há quase 30 anos no Brasil e mesmo tendo surgido nos Estados Unidos, já está bem tropicalizada e contribuindo expressivamente para a pecuária nacional. Para contribuir com esta consolidação em todo o País, os criadores da raça renovaram o Programa Montana do modelo de franquias para o de uma associação tradicional, oferecendo uma série de facilidades para que os criadores possam ingressar seus rebanhos na avaliação dos técnicos.
“Foi um grande evento que aconteceu agora no ano passado (30 de setembro de 2020), a criação da Associação do Montana (Associação Internacional de Criadores de Montana – AIC-MTN), que é uma raça que está há muito tempo no Brasil, agora com um novo formato, muito mais simples e mais fácil para todo mundo”, resumiu o selecionador e presidente da nova associação, José Pavan Neto, em entrevista ao Giro do Boi desta segunda, 11.
“Nós passamos de um modelo empresarial para um modelo de associação, que é um modelo muito mais simples, muito mais fácil para o pecuarista ingressar e começar os trabalho de avaliação conosco. Foi um marco importante para a raça, que já está aqui há quase 30 anos – são 27 anos no Brasil. A ideia veio dos Estados Unidos, mas o gado Montana hoje é um gado brasileiro, feito por nós, brasileiros, para ser usado aqui no Brasil. Então é muito gratificante”, celebrou.
Pavan destacou quais são as características da raça que viabilizam seu uso com sucesso na pecuária brasileira. “O foco principal do Montana é a adaptação e a rusticidade. […] O Montana se adapta bem em praticamente qualquer região do Brasil. Nós temos criadores em Pelotas-RS, Tocantins, a Bahia está iniciando trabalhos, o Acre é forte comprador de touros Montana – infelizmente hoje com barreira fechada para animais vivos, mas com a genética Montana disseminada através de sêmen, embriões… Então a gente fica muito contente de ver o resultado e a adaptação do Montana nas mais diversas regiões do Brasil e isso nos dá muita tranquilidade de mostrar aqui, as imagens falam por si só”, sustentou.
“Goiás é um dos estados que já têm selecionadores. […] Isso mostra que o Montana se adaptou bem a essa região. É um touro que vai cobrir muito bem a campo, de 25 a 35 fêmeas por ano, se você trabalha com estação de monta. […] Nós vendemos para o Maranhão o ano passado uma carga que foi para perto de São Luís. O cliente ficou super satisfeito, ele comprou fêmeas super precoces prenhes. As novilhas já estão parindo. Ele comprou touros também. É um estado que tem tudo para que o Montana decole e uma oportunidade para quem quer se tornar criador também. O estado ainda não tem um criador associado ao Montana, então eu vejo como uma oportunidade também de negócios, você ter e poder oferecer essa genética dentro do estado, que com certeza vai contribuir demais com a pecuária maranhense”, sugeriu.
Além da contribuição dos reprodutores Montana para os criadores, Neto Pavan mencionou a versatilidade das fêmeas da raça. “As fêmeas Montana têm um frame moderado, uma boa habilidade materna e são muito adaptadas também, desmamam bezerros pesados, a gente insiste para o criador dar pelo menos uma oportunidade para essa fêmea Montana, essa cruza Montana, para tirar uma cria dela. De repente você continua até com ela no rebanho e você vai ver que ela é uma fêmea produtiva, fértil e que vai ser muito interessante na fazenda”, opinou.
O presidente da nova AIC-MTN reforçou que o rigor na avaliação dos animais segue o mesmo. “Todos os nossos touros são ceipados e isso vai continuar com a abertura da associação. […] Todos os touros Montana vão ser comercializados com Ceip, que garante a superioridade genética desses animais, com avaliação feita pela USP de Pirassununga e somente os melhores 27% entre todos os touros são marcados e comercializados”, confirmou.
Pava comentou quais são os serviços prestados pela nova associação que facilitam o acesso do criador a um conhecimento imprescindível para seu aumento de eficiência na cria. “Não importa o tamanho da sua propriedade nem o tamanho do seu rebanho. A associação surgiu com objetivo de facilitar para quem quer ter uma avaliação genética de qualidade. Quem tem um rebanho com cruzamento e não sabe para onde seguir, precisa de um suporte técnico também que nós oferecemos. ‘Quero ter um gadão, mas não sei para que caminho seguir, não sei o valor genético do meu gado’. Nós vamos ajudar nessa tomada de decisão, a identificar os melhores animais, as melhores fêmeas que você deve segurar para manter no seu rebanho, direcionar os cruzamentos. Oferecemos também serviços de acasalamento, então vamos escolher qual o melhor touro para a melhor vaca para você ter um rebanho mais produtivo, ou seja, um rebanho mais eficiente de uma forma muito simples e a um custo muito acessível para você ter avaliação genética, por exemplo, da USP de Pirassununga”, destacou.
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Para o selecionador, a genética é uma das ferramentas que hoje fazem a diferença no resultado financeiro da pecuária. “São inúmeras as tecnologias hoje que o campo precisa aplicar para que a gente seja competitivo. Produzir mais a um custo mais barato. E a genética não deixa de ser uma delas, não é mesmo? Então tanto o cruzamento quanto a seleção de animais de raças puras são opções que o melhoramento genético traz para contribuir com essa produtividade e traz resultado para a fazenda”, comentou.
Com o novo modelo para avaliar a evolução genética do plantel da raça no Brasil, os criadores esperam expandir a oferta de animais. Segundo Pavan, hoje o rebanho Montana conta com 10 a 12 mil matrizes. “A gente espera aumentar a nossa oferta a partir desse ano já, tanto com os criadores que já estavam na associação quanto os novos, que estão muito entusiasmados”, projetou.
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Para incentivar a entrada de novos criadores na associação, Neto Pavan revelou que há condições especiais disponíveis neste primeiro semestre do ano. “Quem quiser se associar logo agora no primeiro semestre de 2021, nós estaremos isentando qualquer taxa de entrada, então é só chegar! Nós vamos fazer um cadastro, vamos cuidar da sua base de dados, inserir os animais em nossa base para que eles possam ser avaliados junto com a gente. Então você que tem uma fêmea F1 e quer dar continuidade, tirar pelo menos uma cria, avalie com a gente. […] Comece pequeno, vá avaliando, teste, vamos ajudar a descobrir os melhores touros para a sua região, a melhor genética que se adequa ao seu sistema de produção, se é a pasto ou confinamento. Então a gente vai ter ajudar”, assegurou.
O contato de criadores interessados na nova associação da raça pode ser feito pelo e-mail faleconosco@compostomontana.com.br ou ainda pelos contatos disponíveis pelo site compostomontana.com.br.
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Assista a entrevista completa com José Pavan Neto no vídeo a seguir: