APRIMORAMENTO DO REBANHO

Raças vermelhas e adaptadas: qual escolher para clima frio e quente?

Raças vermelhas e adaptadas: qual escolher para clima frio e quente?

Zootecnista indica opções ideais para cruzamentos com matrizes Santa Gertrudis em regiões como Itapeva (SP)

A produtora Mirela Daher, de Itapeva (SP), quer aprimorar seu rebanho de matrizes cruzadas com sangue Santa Gertrudis e busca raças de pelagem vermelha que se adaptem tanto ao calor intenso do verão quanto ao frio rigoroso do inverno. No quadro de perguntas e respostas do Giro do Boi, o zootecnista Alexandre Zadra trouxe recomendações valiosas com foco na venda de machos e formação de fêmeas futuras matrizes. Veja o vídeo:

Zadra explica que o sangue Santa Gertrudis tem composição 5/8 europeu (Short Horn) e 3/8 zebuíno, o que confere uma excelente adaptação ao clima de Itapeva, que tem verões quentes e invernos frios. Segundo o especialista, essa proporção de sangue garante aos animais a capacidade de perder pelos no calor e formar pelagem no frio — fator essencial para o bem-estar e desempenho dos bovinos.

A dica principal é manter esse padrão de sangue em cruzamentos futuros. Isso pode ser feito com o uso de raças taurinas adaptadas e de pelagem vermelha, como o Red Brangus, formado por 5/8 Angus e 3/8 zebu. Outra boa alternativa, segundo Zadra, é o uso de Montana, uma raça sintética com linhagens que variam o grau de sangue europeu, ideal para manter o equilíbrio produtivo e adaptativo no rebanho.

Cruzamentos estratégicos e heterose garantem desempenho

Zadra destaca que, caso a produtora queira máxima heterose (vigor híbrido), o uso do Bonsmara é uma excelente escolha. Apesar de ser considerado raça pura, o Bonsmara tem metabolismo semelhante ao de bimestiços e pode oferecer bezerros pesados, com alta adaptabilidade e bom acabamento de carcaça. Outro ponto a favor é a sua capacidade de adaptação térmica, fundamental para regiões com grande amplitude térmica.

Para produtores que priorizam a rentabilidade com cruzamentos estratégicos, a escolha da raça deve levar em conta o objetivo final — venda de machos precoces e fêmeas eficientes como futuras matrizes. Avaliar o grau de sangue, o clima local e o mercado da região são pilares para tomar decisões mais assertivas na genética do rebanho.

Zadra também aproveitou para indicar a criadora Gabriela Jacomini, especializada em Montana, que pode ajudar na seleção de linhagens com mais sangue europeu, ideais para a região Sudeste. O especialista reforça que a genética é ferramenta poderosa, mas precisa andar junto com planejamento e manejo adequado para garantir bons resultados a campo.

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