Nesta sexta, 18, o Giro do Boi exibiu mais um episódio inédito da série Embrapa em Ação, desta vez reproduzindo conversa da equipe de reportagem com a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste Patrícia Anchão, engenheira agrônoma, mestre em ciência animal e doutora em ciências. Anchão destacou a importância da análise do solo para a formação de uma pastagem produtiva e longeva.
“Nós começamos normalmente em abril -maio com análise de solo. Tendo nas mãos o resultado da análise de solo, a gente faz toda uma recomendação de calagem e adubação para o plantio na época das águas. Precisa ter um planejamento de pelo menos seis a oito meses de antecedência”, indicou a pesquisadora.
Dentro do processo de preparo do solo para receber o plantio da nova pastagem, a agrônoma ressaltou a relevância da etapa de calagem. “Para cada R$ 1 investido em calagem, os resultados de experimentos nossos mostram um retorno entre R$ 2 e R$ 3 reais. É lógico que isto vai variar com a localidade, com o ano, com o preço da arroba do boi, mas a gente tem aumento, sim, em termos de aumento produção de massa seca e tem aumento em termos de quantidade de carcaça retirada por hectare”, avaliou Anchão.
Patrícia detalhou que o investimento em calagem tem retorno por uma série de fatores, entre eles equilibrar o pH do solo, evitar a interferência de elementos tóxicos para as forrageiras no solo, como alumínio e manganês, potencializar a absorção do fertilizantes pelas plantas, além de reforçar o sistema radicular, facilitando, por exemplo, a captura da água.
Segundo a agrônoma, uma pastagem bem formada conforme a análise do solo e bem manejada pelo produtor tem potencial para perdurar por décadas na fazendas. “Hoje um pecuarista que forma um pasto adequado e ele toma os cuidados de manejo, de manutenção da fertilidade do solo, com certeza aquele pasto que ele formou, o neto vai usufruir. Então os cuidados na formação de pastagem com a adequada calagem, com análise de solo, com a escolha certa da semente, a escolha certa do cultivar, é extremamente importante porque é um trabalho que eu estou fazendo que tem potencial de durar 30 a 40 anos”, enalteceu.
Veja o episódio da série Embrapa em Ação no vídeo: