Chegou ao fim nesta quinta, dia 16, a série Pastagem de A a Z, quadro conduzido pelo engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, Wagner Pires. O especialista explicou que, em certo contexto, existem três tipos de pecuaristas e que os perfis variam conforme a capacidade de planejamento e pela atitude de cada um.
“De tudo que eu conversei com vocês, nada vai dar certo se vocês não tiverem em suas mãos o controle, a realidade da sua fazenda”, alertou. O consultor destacou que entre as principais informações para o pecuarista ter o controle de sua fazenda estão volume do rebanho em número de cabeças, volume do rebanho em unidade animal, ganho de peso médio diário tanto na época das águas quanto na seca, quais as despesas e, resumo de tudo e uma das mais importantes: custo de produção.
“Pecuarista costuma reclamar do preço da arroba. Que a arroba está barata, que ele não está ganhando, não está tendo lucratividade. Mas e se eu perguntar ao pecuarista ‘qual é o seu custo de produção?’ Ele não sabe! Ora, amigo, se você não sabe o seu custo de produção, como você pode falar que está caro ou está barato? É fundamental, é essencial que nós tenhamos controle na nossa fazenda”, advertiu o agrônomo.
Pires apontou outro erro comum do produtor, que é travar todos os investimentos em produtividade ao perceber o início de um ciclo de baixa da atividade. “Se você interrompe o processo de intensificação, volta tudo. Você pode até se dar ao luxo de desacelerar um pouco, retardar um pouco, dilatar o período que você projetou, mas não pode parar porque senão a degradação volta”, avisou. “E o que o pecuarista esquece é que a pecuária é cíclica no Brasil. Nós temos o período de alta e temos também a baixa. Isso é normal acontecer. O que ele não enxerga é que se está no período ruim hoje, o período ruim vai passar e vai vir uma fase boa. E na fase boa ele tem que ganhar dinheiro, ele tem que estar preparado para a fase de alta”, completou, recomendando que a fase do planejamento deve ser feita sem imediatismo.
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E qual a importância da atitude neste cenário? O consultor comentou que ela define os três tipos de pecuaristas neste contexto:
– Trabalhador: aquele que trabalha com as mãos, usa sua força física e pratica a atividade pelo dinheiro, sem sentir, por exemplo, alegria ao presenciar o nascimento de um bezerro ou a vacada gorda andando pelo pasto. Como é muito pragmático, no momento de crise é comum sair da atividade e abandonar a pecuária;
– Artesão: Pires explicou que, metaforicamente, é alguém muito empolgado, demonstra entusiasmo com a atividade. Mas falha na questão do planejamento, do controle, pois não tem costume de fazer anotações, questionar, levantar números;
– Artista da pecuária: para o agrônomo, este é o perfil do pecuarista de sucesso, que para e escuta as recomendações, vai aos eventos e por onde passa é lembrado e celebrado. “Esse cara tem a pecuária no sangue, ele está fazendo história”, detalhou. É o produtor que transparece sua paixão pela atividade e não deverá ter problemas com a produtividade de sua fazenda nem com a sucessão.
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