A dúvida esclarecida no quadro Zadra Responde que foi ao ar nesta segunda, 31, veio de Dourados, no Mato Grosso do Sul, de onde o criador Émerson Medeiros enviou sua mensagem.
Ele contou que trouxe para sua fazenda recentemente vacas Girolando pesadas, de cerca de 500 quilos, e que elas produzem cerca de oito litros de leite por dia. Porém o seu foco, conforme informa ele, não é produção de leite. Ele perguntou, portanto, qual a raça recomendada para fazer animais de corte e vender.
Quem respondeu ao criador foi o zootecnista Alexandre Zadra, supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, autor do blog “Crossbreeding” e especialista em cruzamento industrial.
“É uma pergunta interessante porque você tem matrizes que são vacas boas de leite, que vão fazer um bezerro pesado de qualquer maneira. Se você tirar o leite delas e deixar um peito só para o bezerro, você não vai conseguir explorar todo o potencial dele, mas no seu caso, como você fala que o seu interesse não é leite, provavelmente você vai deixar o bezerro mamar quase todo o leite e, na verdade, você vai inverter, você vai secar a vaca após o bezerro mamar o que ele pode. Ou mesmo deixá-la no campo, ela vai produzir, ela vai ser auto limitar conforme a pastagem, produzindo leite adequado para o bezerro”, explicou o especialista.
A recomendação de Zadra levou em conta, conforme disse o próprio zootecnista, o clima da região. “Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, faz calor extremo, apesar de que, no inverno, no período noturno, faz frio. Não digo rigoroso, mas faz frio com temperaturas abaixo de 15º C à noite no inverno, 14º C, 13º C – isso quando não vem a frente fria do Paraguai, fazendo noites realmente frias de inverno”, considerou.
“O que eu sugiro é um animal que tenha o metabolismo médio que você possa usar, sejam os bimestiços na sua vaca Girolando, como Brangus, Braford, Canchim, Santa Gertrudis, ou os adaptados para o trópico. Dentre os adaptados para o trópico, eu recomendo o Bonsmara, que você vai ter choque de sangue máximo também, sendo um taurino puro”, indicou.
“Você vai conseguir, com esses cruzamentos, […] fazer um animal próprio para um abate em programas de carne de qualidade”, completou.
Zadra ponderou ainda o uso das raças recomendadas a partir da configuração das fêmeas Girolando – sejam elas mais taurinas ou mais zebuínas. “Lembrando o seguinte: se a sua Girolando tiver orelha pesada e algum cupim, significa que ela é mais azebuada. Neste caso, eu recomendo que você use um taurino, e seria o Bonsmara. Se ela for realmente um animal sem cupim, sendo pelo menos meio-sangue, além do Bonsmara você pode também utilizar os bimestiços, porque aí você vai fazer carne macia”, concluiu.
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Qual é a sua dúvida sobre cruzamento industrial? Envie para o quadro ‘Zadra Responde” no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
Assista a resposta completa de Alexandre Zadra clicando no player abaixo:
Foto ilustrativa: Luiz Gustavo Pereira / Reprodução Embrapa